Revelam pesquisa perfil dos torcedores fanáticos brasileiros hoje

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Revelam pesquisa perfil dos torcedores fanáticos brasileiros hoje

Estudo aponta diferenças marcantes entre gerações, gêneros e regiões brasileiras 

📷 Reprodução: X (Twitter) - dimellolara

A mais recente pesquisa O GLOBO/Ipsos-Ipec, divulgada em julho de 2025, traz um panorama aprofundado sobre o perfil do torcedor fanático no Brasil, destacando tendências que refletem a complexidade social e cultural do país. Com amostra de 2 mil entrevistados em 132 municípios, o levantamento mostra que o fanatismo pelo futebol não é homogêneo e se manifesta com intensidade variada conforme idade, raça, renda, gênero e localização geográfica. Particularmente, o Nordeste e o interior do país apresentam níveis elevados de identificação emocional, enquanto as regiões Sul e Sudeste exibem comportamentos mais moderados, resultado de um mosaico social em transformação.

Sob o ponto de vista técnico, o estudo aponta que homens jovens, entre 25 e 34 anos, e que se declaram pretos ou pardos são os mais propensos a avaliar seu fanatismo com notas máximas, 9 ou 10 numa escala de 0 a 10. Em contraste, mulheres, pessoas de maior idade e com maior escolaridade tendem a se considerar torcedores menos fanáticos, refletindo possíveis limitações históricas de acesso e identificação com o futebol. Além disso, o comportamento prático, como frequência de acompanhamento dos jogos e uso de símbolos do clube, também varia conforme os níveis socioeconômicos, onde as classes mais altas consomem mais conteúdo e produtos relacionados, mas nem sempre atribuem a si mesmos o rótulo de "fanáticos".

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O impacto desse perfil multifacetado tem consequências diretas para clubes, marcas e estratégias de engajamento. A continuidade do crescimento do futebol enquanto negócio cultural exige compreensão das tensões sociais envolvidas, especialmente na promoção de acessibilidade e inclusão para públicos historicamente marginalizados. A divisão observada entre o sentimento e a prática do torcedor evidencia que o futuro do futebol brasileiro dependerá não apenas de resultados esportivos, mas da capacidade de ampliar seu alcance e significado para diferentes camadas sociais, em especial nas regiões menos urbanizadas e economicamente vulneráveis.

De maneira crítica, este estudo serve como um importante sinal de alerta contra o uso simplista de dados de torcida, que muitas vezes alimentam disputas de percentuais superficiais sem capturar a verdadeira relação afetiva dos torcedores com seus clubes. Para além da paixão exibida em estádios ou nas redes sociais, está uma dimensão sociológica que precisa ser respeitada e compreendida. Aqui na Bahia, onde o amor pelo futebol mistura-se com a cultura local, a expressão mais autêntica do torcedor vai além do óbvio: é um ato de resistência, identidade e pertencimento, ainda que distante dos holofotes das grandes metrópoles. Isso não é só capricho do cabra, é realidade que as pesquisas começam a desenhar. 

 

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Quarta, 30 Julho 2025

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