Vitória empilha empates e repete campanha insuficiente no Brasileiro 2024

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Vitória empilha empates e repete campanha insuficiente no Brasileiro 2024

Rubro-Negro tropeça no próprio padrão e segue ameaçado na tabela 

📷 Reprodução: X (Twitter) - ECVitoria

O Vitória voltou a empatar no último domingo, desta vez diante do Mirassol, e alcançou a incômoda marca de oito igualdades em 17 jogos no Campeonato Brasileiro de 2025. Com 47% de suas partidas terminando sem vencedor, o time baiano lidera o ranking de empates da Série A e, a uma rodada do fim do turno, já iguala o total registrado ao longo de toda a campanha de 2024. A repetição numérica escancara um problema de fundo: o Rubro-Negro não perdeu competitividade, mas também não ganhou assertividade. É uma equipe que joga para sobreviver — e, não raro, se contenta com pouco.

O desenho tático montado por Fábio Carille tem como eixo a contenção. Com linhas compactas, posse de bola reduzida e foco em transições rápidas, o Vitória apresenta números defensivos razoáveis — 19 gols sofridos —, mas carece de ambição ofensiva. Com apenas 13 gols marcados, o ataque rubro-negro é um dos quatro piores do campeonato, evidência clara de que empatar passou a ser o desfecho padrão em jogos parelhos. Nos confrontos fora de casa, onde a margem para erro é ainda menor, a postura conservadora produz jogos travados e desenlaces previsíveis. O empate com o Mirassol, outro especialista em igualdades, selou um duelo de cautelas mútuas e ofensivas tímidas.

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A consequência direta desse comportamento é o acúmulo de pontos que somam pouco. Com três vitórias e oito empates, o Vitória estaciona nos 17 pontos, na 15ª posição, a apenas três do Z-4. Na prática, os empates prolongam a permanência, mas não afastam o risco. A média de pontos por jogo (1,00) projeta um segundo turno de sobrevivência no limite — o famoso "fio da navalha". E como a concorrência na parte de baixo da tabela tende a apertar, especialmente com times como Vasco e Cuiabá ensaiando reação, a inércia rubro-negra se torna preocupante. O time não desaba, mas também não avança, preso num ciclo de estabilidade precária.

É preciso dizer com clareza: o empate pode ser resultado aceitável, mas não pode ser projeto. O Vitória de Carille parece ter encontrado conforto num padrão que não o condena, mas tampouco o liberta. Há uma diferença entre empatar por equilíbrio técnico e empatar por escolha estratégica — e o Rubro-Negro tem pendido para a segunda via. A torcida, que conhece as agruras da Série B, já reconhece os sinais. Como se diz na Bahia: quem dorme no ponto, perde a vez. E o Vitória, entre empates e esperas, já começa a ouvir o trem da degola se aproximando. 

 

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Quarta, 30 Julho 2025

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