Santos vende Soteldo e expõe crise silenciosa no elenco

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Santos vende Soteldo e expõe crise silenciosa no elenco

Negócio com o Flu revela desgaste interno e gestão reativa 

📷 Reprodução: X (Twitter) - Resenhad

O Santos confirmou nesta semana a venda de Yeferson Soteldo ao Fluminense por US$ 5,5 milhões (R$ 30,5 milhões), referentes a 50% dos direitos econômicos do atleta. A negociação inclui ainda cláusulas adicionais que podem elevar a cifra, caso o clube carioca não revenda o jogador até o fim de 2025. O Peixe, por sua vez, repassará parte do valor ao Tigres-MEX e quitará, indiretamente, uma dívida de US$ 500 mil com o próprio atleta, acumulada por administrações passadas. Ao todo, uma operação que tenta parecer vantajosa — mas que denuncia feridas abertas no elenco e na política do clube.

Do ponto de vista técnico, Soteldo nunca foi apenas estatística. Ainda que os 21 gols em 162 jogos não impressionem, sua entrega tática, drible curto e leitura ofensiva davam ao Santos uma válvula de escape em meio à previsibilidade. Após o rebaixamento em 2023 e um 2024 discreto no Grêmio, o venezuelano voltou ao clube em 2025 sem conseguir emplacar. Lesões, falta de entrosamento e um ambiente instável culminaram numa temporada apagada. Mesmo assim, tratava-se de um nome que obrigava o adversário a vigiar. Perdê-lo sem uma reposição à altura soa, no mínimo, temerário.

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O que chama atenção é o pano de fundo. Soteldo, outrora querido por parte da torcida, pediu para sair — sinal evidente de desgaste. O Santos, que tenta se reinventar fora da elite, vive dias de vaqueiro tangendo boiada no lajedo: sem pasto, sem tração. A venda do venezuelano é o retrato de um clube que ainda negocia mais por urgência do que por estratégia. Comparar esse movimento aos tempos de Robinho e Diego no início dos anos 2000 é como medir caju com jaca — a distância entre as fases é brutal, e a paciência da torcida, escassa.

A diretoria fala em alívio financeiro e visão de futuro, mas o torcedor sente a corda apertar. O clube precisa mais do que novos centros de treinamento ou promessas de arena em Praia Grande. Precisa de comando, planejamento e sobretudo, coerência esportiva. Do contrário, continuará vendendo ativos sem reconstruir identidade. E, cá entre nós, quem conhece o peso de uma camisa como a do Santos sabe que time sem alma vira só uniforme no varal. 

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Sexta, 13 Junho 2025

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