São Paulo sobrevive em Medellín após dois pênaltis desperdiçados
Tricolor neutraliza Atlético Nacional e leva decisão para o Morumbis
Em um Atanasio Girardot lotado e barulhento, o São Paulo resistiu a um massacre de oportunidades do Atlético Nacional e arrancou um 0 a 0 que vale mais que o placar sugere. O time colombiano perdeu dois pênaltis com Edwin Cardona — um para fora e outro defendido por Rafael — e ainda carimbou a trave duas vezes. O resultado na ida das oitavas da Libertadores garante ao Tricolor a vantagem de jogar por uma vitória simples no Morumbis, na próxima terça-feira, para seguir vivo na competição continental.
A estratégia de Hernán Crespo foi clara: bloco médio-baixo, marcação por zonas e concentração máxima na cobertura defensiva. A posse foi dividida (53% a 47%), mas o volume ofensivo local — 19 finalizações contra cinco — expôs a dependência são-paulina de seu goleiro. Rafael, seguro nas saídas e decisivo nos pênaltis, foi o ponto de sustentação de uma equipe que raramente encaixou transições ofensivas, limitando-se a explorar espaços deixados por um rival ansioso e agressivo. Luciano e Ferreira pouco produziram, e Lucas Moura, ainda recuperando ritmo, foi acionado mais para segurar a bola do que para desequilibrar.
📱 FEIRA DE SANTANA NOTÍCIAS 24H: Faça parte do canal do Folha do Estado no WhatsApp
O empate fora abre um cenário promissor, mas não confortável. No Morumbis, o São Paulo precisará encontrar soluções ofensivas para não depender novamente da resistência defensiva e da inspiração individual de seu goleiro. A ausência de gols fora, que em outras edições poderia ser um trunfo, obriga o time a buscar superioridade efetiva. Além disso, o Atlético Nacional mostrou volume e intensidade capazes de ameaçar qualquer defesa, e não chegará a São Paulo com espírito resignado.
Há méritos inegáveis na postura competitiva e na disciplina tática, mas a atuação expôs a falta de alternativas criativas sob pressão. Uma equipe com a camisa e a tradição do São Paulo não pode se habituar a viver de sobrevida. Em mata-mata, segurar o zero é um recurso; transformar esse recurso em filosofia, porém, é convite ao risco. Como se diz na beira do gramado, não basta segurar o touro: é preciso saber a hora de atacar.
📱 Acesse o nosso site RadioGeral e TVGeral
📲 Nos acompanhe também nas redes sociais:
Comentários:
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.
Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie.