O Senado Federal decidiu apertar o cerco contra a enxurrada de propaganda das famosas "bets". Aprovou, na noite desta quarta-feira (28), um projeto que limita anúncios em estádios, impõe horários específicos na TV, rádio e internet e, de quebra, veta a participação de atletas, artistas e influencers na divulgação desse tipo de serviço. A proposta agora segue para análise da Câmara dos Deputados.

O ponto que mais causou ranger de dentes nos bastidores do esporte é simples: as casas de aposta só poderão estampar suas marcas em arenas e estádios se tiverem o chamado naming rights do local ou se forem patrocinadoras oficiais dos uniformes dos times. A turma da bola não gostou nada e reagiu forte. Em nota conjunta, clubes como Flamengo, Palmeiras e Atlético Mineiro disseram que isso é uma "proibição disfarçada de limitação" e que pode, sem exagero, levar o futebol brasileiro a um "colapso financeiro".

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Não para por aí. O texto também obriga que qualquer propaganda traga, de forma clara, o alerta: "Apostas causam dependência e prejuízo a você e à sua família." A restrição de horário é outro baque: no rádio, só entre 9h e 11h e das 17h às 19h30. Já na TV, streaming e internet, a janela vai das 19h30 até meia-noite, além de 15 minutos antes e depois de jogos ao vivo.

O relator, senador Carlos Portinho (PL-RJ), disse que não está contra o futebol, mas a favor da saúde pública. Segundo ele, o bombardeio de publicidade faz muita gente acreditar que vai resolver a vida na base da sorte, quando, na prática, só aprofunda o buraco financeiro, principalmente entre os mais vulneráveis. E mandou um recado direto para os clubes: responsabilidade acima de tudo. 

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