Bahia registra recorde de lesões e vê temporada escapar entre dedos
Calendário insano expõe elenco tricolor e amplia riscos na reta final
O Bahia chegou nesta semana ao número preocupante de 29 lesões confirmadas em 2025, marca que pode alcançar 30 caso o problema muscular de David Duarte seja ratificado pelo departamento médico. Trata-se do maior índice desde o retorno do clube à Série A, em 2023, e supera até mesmo anos de colapso físico, como 2022. A derrota de virada para o Cruzeiro, segunda-feira, agravou o cenário: João Paulo, goleiro recém-contratado, foi diagnosticado com lesão no joelho antes mesmo de estrear. O drama cresce no momento em que a equipe disputa simultaneamente Brasileirão, Copa do Brasil e Sul-Americana, além de já ter acumulado finais da Copa do Nordeste.
A análise fria dos números revela um inimigo silencioso: o calendário. O Bahia soma 63 partidas até setembro, liderando o ranking de jogos no Brasil em 2025, com previsão de atingir 80 ao fim da temporada, recorde desde a pandemia. Foram 21 semanas consecutivas de compromissos em intervalos de três ou quatro dias, sem pausa sequer na Data Fifa. Não surpreende, portanto, que lesões recorrentes em coxa, panturrilha e tornozelo se multipliquem, atingindo titulares como Kanu, Caio Alexandre, Ademir e Erick Pulga. O desgaste se impõe como um dado estrutural, não um mero acaso.
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As consequências esportivas são imediatas. O elenco, pensado para rotação intensa, hoje se vê enfraquecido justamente nos setores decisivos. O ataque perdeu profundidade, a defesa alterna improvisos e a base é chamada em regime emergencial. A curva de risco é clara: sem recuperação rápida de ao menos parte dos lesionados, o Bahia compromete tanto sua posição na Série A quanto a ambição em torneios eliminatórios. A torcida, que voltou a encher a Fonte Nova em 2025, já demonstra sinais de impaciência diante da sucessão de notícias médicas negativas.
Em perspectiva crítica, a situação expõe um dilema mal resolvido no futebol brasileiro: a ânsia de transformar calendário em receita afronta a capacidade física dos elencos. O Bahia, que investiu em reforços caros e multiplicou frentes de disputa, paga hoje um preço previsível. A diretoria precisa assumir responsabilidade e repensar estratégias de rodagem e prevenção, em vez de justificar números alarmantes com o argumento do azar. Se não for capaz de equilibrar performance e saúde, o clube corre o risco de converter uma temporada promissora em lição dolorosa, mais lembrada pela enfermaria lotada que por conquistas.
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