Vitória aposta em seis estrangeiros mas rendimento ainda preocupa torcida
Time baiano repete 2014 no número de gringos sem resultados convincentes
O Vitória alcançou nesta semana a marca histórica de seis estrangeiros no elenco profissional, repetindo o recorde de 2014. Com a chegada do atacante Kike Saverio, ítalo-equatoriano criado na Espanha, o clube rubro-negro aposta em um mosaico multicultural para tentar evitar novo colapso esportivo no Campeonato Brasileiro. A decisão da diretoria reflete o diagnóstico de mercado: escassez de opções nacionais, inflação salarial e a necessidade de reforços imediatos para um time que ainda luta contra a sombra do rebaixamento.
Sob o ponto de vista técnico, entretanto, a equação não se mostra simples. Entre os reforços, apenas Raúl Cáceres conquistou espaço real como titular, ainda que em um setor instável. Os portugueses Rúben Rodrigues e Rúben Ismael somam minutos discretos, enquanto Renzo López, mesmo com um gol, segue como reserva de impacto reduzido. Aitor Cantalapiedra se destacou pontualmente em razão de lesão de companheiro, mas não alterou substancialmente o rendimento ofensivo. A incógnita de Saverio, ainda sem estreia, paira como esperança e risco: se não entregar de imediato, pode se somar à lista de tentativas frustradas.
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A consequência imediata é a manutenção de um quadro preocupante. O clube de Salvador, que historicamente convive com oscilações administrativas e financeiras, concentra agora parte de sua sobrevivência esportiva em jogadores de adaptação incerta. O regulamento da CBF, que limita a inscrição de nove estrangeiros por jogo, não é obstáculo; o verdadeiro entrave reside na falta de impacto coletivo das contratações. A expectativa é que a pluralidade cultural, por ora apenas um dado estatístico, se converta em contribuição técnica palpável antes que a temporada entre em fase decisiva.
É preciso observar com realismo: não basta multiplicar passaportes no vestiário se o gramado devolve atuações sem consistência. O Vitória de 2025 arrisca repetir a sina de 2014, quando o exotismo da formação internacional não foi suficiente para evitar a queda. A diretoria enxerga oportunidade na escassez do mercado interno, mas o futebol não se move por teorias de compensação. A pluralidade pode ser trunfo se houver integração, mas até aqui a soma de sotaques não passou de dissonância. O desafio é transformar diversidade em resultado, sob pena de que a aposta no estrangeirismo vire apenas mais um capítulo na longa crônica das urgências rubro-negras.
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