Sete denunciados por tragédia no Ninho do Urubu
Ministério Público cobra punição por mortes em incêndio de 2019
O Ministério Público do Rio de Janeiro deu mais um passo decisivo no caso que chocou o Brasil e o mundo esportivo. Nesta segunda-feira, 13 de maio de 2025, a Promotoria vinculada à 36ª Vara Criminal pediu a condenação de sete pessoas pelo incêndio culposo que matou dez jovens atletas no Centro de Treinamento do Flamengo, o famoso Ninho do Urubu. Uma ferida aberta desde fevereiro de 2019, quando o fogo destruiu sonhos e escancarou falhas gritantes na estrutura do clube.
A tragédia, que deveria ter sido evitada, ganha contornos ainda mais revoltantes com o avanço do processo. Foram quatro anos de instrução criminal e 40 testemunhas ouvidas. A promotoria afirma que as provas reunidas confirmam a responsabilidade criminal dos réus, que tinham poder de decisão sobre o funcionamento do CT e suas instalações, inclusive os contêineres que serviam de alojamento. É bom lembrar: o local operava sem alvará, já havia sido interditado e não tinha a menor condição de abrigar ninguém.
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A investigação apontou uma série de absurdos: ar-condicionado sem manutenção, curto-circuito, janelas gradeadas, portas emperradas, ausência de sistema de combate a incêndio e material altamente inflamável usado na estrutura metálica. Ou seja, tudo conspirou contra os meninos, que estavam lá apenas para perseguir um sonho com a bola nos pés. Quando o crime se mistura à negligência, a justiça precisa agir com firmeza.
As penas previstas variam entre 1 ano e 4 anos de detenção, com possibilidade de aumento. É pouco diante da dor das famílias e da perda irreparável. O futebol brasileiro, com sua paixão e grandeza, não pode aceitar que tragédias como essa fiquem impunes. O que aconteceu no Ninho do Urubu precisa ser lembrado — não só para que os culpados respondam por seus atos, mas para que nenhum outro garoto veja seu sonho virar cinzas.
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