A notícia que chega dos Estados Unidos, em pleno 2025, traz um tempero a mais para as conversas futebolísticas: o ex-presidente Donald Trump, sempre ele, cogita mudar o nome do "soccer" para "football" no país. A proposta, que já gera burburinho, não é meramente uma questão de nomenclatura. Ela reflete uma tentativa de unificar a terminologia esportiva e, talvez, de reforçar a identidade do esporte em um cenário dominado pelo football americano. Essa ideia, embora pareça excêntrica para nós, é um sintoma da busca americana por um protagonismo ainda maior no cenário do futebol mundial, especialmente com a proximidade da Copa do Mundo de 2026, que terá os EUA como um dos anfitriões.

Do ponto de vista estratégico, a mudança de nome, se concretizada, teria um impacto significativo. Chamar o nosso futebol de "football" nos EUA eliminaria a distinção linguística que sempre gerou certa estranheza e, para muitos, desvalorização. Poderia, inclusive, atrair mais a atenção do público que já consome o futebol americano, criando uma ponte para o esporte bretão. No entanto, a ironia dessa proposta é que ela vem de um ex-presidente que, durante seu mandato, não se notabilizou por um apoio explícito ao esporte, e agora, em 2025, parece querer surfar na onda da crescente popularidade do futebol. O desafio está em convencer uma cultura já enraizada a mudar uma terminologia de décadas.

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Minha projeção, após décadas vendo essas "ondas e marés" no esporte, é que a ideia de Trump, embora ousada, enfrentará forte resistência. Há um apego cultural ao termo "soccer" que não se desfaz da noite para o dia. Além disso, os interesses comerciais e as marcas já estabelecidas no "soccer" americano teriam de se adaptar a uma nova realidade. Mudar o nome de um esporte é como tentar "botar a chaleira para chiar com água fria"; não é simples e exige mais do que um decreto. É um processo que demanda convencimento, tempo e, sobretudo, a adesão da própria comunidade do futebol nos EUA.

A proposta de Donald Trump é mais um capítulo na relação complexa dos Estados Unidos com o futebol. Se, por um lado, demonstra um reconhecimento do crescente poder do esporte no país, por outro, expõe a dificuldade de unificar a paixão global por esse jogo sob uma nova nomenclatura. O debate sobre "soccer" ou "football" vai além da palavra, toca na identidade, na cultura e na forma como o país se enxerga no cenário esportivo internacional. Resta saber se essa iniciativa será apenas mais uma das excentricidades de Trump ou se, de fato, a bola vai rolar com um novo nome no Tio Sam.