Vasco impõe ritmo alto, supera CSA e garante quartas da Copa
Equipe de Diniz encerra jejum, domina etapa inicial e administra vantagem
O Vasco reencontrou o caminho das vitórias após quase dois meses de seca, e o fez com autoridade. No segundo jogo das oitavas de final da Copa do Brasil, em São Januário, a equipe venceu o CSA por 3 a 1 e assegurou vaga entre os oito melhores, repetindo no agregado o placar da noite. O time de Fernando Diniz foi avassalador nos primeiros 45 minutos, abrindo vantagem com Rayan, Philippe Coutinho e Tchê Tchê. Apesar do susto inicial na etapa final, quando Brayann descontou para os alagoanos, o domínio vascaíno nos números foi inequívoco: 67% de posse, 733 passes trocados e 23 finalizações, contra apenas oito do adversário.
Tecnicamente, a vitória foi construída na ocupação inteligente dos corredores e na intensidade da primeira linha de pressão. O Vasco usou amplitude para esticar a defesa do CSA e explorou o espaço às costas dos volantes rivais. A presença de Coutinho, alternando entre flutuar por dentro e abrir para triangulações com Nuno e Piton, elevou o volume ofensivo. O modelo de Diniz, muitas vezes criticado pela vulnerabilidade na recomposição, mostrou eficácia quando sustentado por execução precisa na saída de bola — Hugo Moura e Thiago Mendes foram peças-chave nesse equilíbrio. O desafio segue sendo manter essa concentração quando o placar é favorável, ponto em que o time, historicamente, se permite relaxar.
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O resultado reposiciona o Vasco em um momento estratégico da temporada. Classificado, ganha fôlego financeiro com a premiação, alívio no ambiente interno e uma narrativa positiva para a torcida. A quebra do jejum retira peso emocional e pode servir de gatilho para a sequência no Brasileiro, onde o clube ainda oscila. Para o CSA, a eliminação expõe o limite competitivo frente a adversários de maior investimento, mas a campanha até as oitavas mantém o clube visível e competitivo no cenário nacional. No horizonte, o cruz-maltino precisará sustentar a intensidade se quiser transformar a Copa em real possibilidade de título — e não em mera vitrine de lampejos.
O desempenho desta quinta-feira evidencia que o Vasco possui recursos para ir além, mas a oscilação entre a fome do primeiro tempo e a complacência do segundo é risco que cobra caro em mata-mata. Diniz acertou ao adiantar linhas e manter Coutinho central no processo criativo, mas não pode permitir que a gestão do resultado se confunda com passividade. Afinal, como se diz lá na Bahia, "quem tem pressa come cru" — e, no futebol, não basta cozinhar o jogo: é preciso servir a vitória no ponto certo, sem abrir espaço para o adversário voltar à mesa.
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