O Vitória traçou um caminho ousado para retomar seu lugar entre os grandes formadores do futebol brasileiro. Após anos de crise e desmonte estrutural, o Rubro-Negro aposta em um projeto robusto que mira ter metade do elenco profissional formado dentro da casa até 2027. Com investimentos que superam R$ 100 milhões desde 2022, o clube já colhe frutos tímidos, mas significativos, no cenário nacional e regional, incluindo o retorno do Certificado de Clube Formador e a reestruturação de toda a base.

A estratégia passa por ampliar a captação de jovens talentos e fortalecer o processo de transição entre as categorias. Sob o comando de Ricardo Amadeu, a base do Vitória aposta em um modelo de jogo posicional alinhado ao time principal, mas sem engessar a criatividade do atleta. O trabalho busca criar jogadores que entendam o jogo e sejam atrativos para o mercado. Ainda assim, o aproveitamento no time profissional segue abaixo das metas: Lucas Arcanjo é o único titular vindo da base, e o aproveitamento efetivo dos jovens ainda é baixo, situação que o clube precisa corrigir.

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Na Bahia, o Vitória tenta resgatar a velha mística da Fábrica de Talentos, que por muito tempo foi sinônimo de qualidade e celeiro de craques. O projeto atual, se bem conduzido, pode recolocar o clube na prateleira que ocupou no final dos anos 90 e início dos anos 2000, quando nomes como Dida, Vampeta e Gabriel Paulista começaram no Barradão. Por ora, o Rubro-Negro disputa espaço com rivais como o Bahia, que nadou de braçada nos últimos anos e ergueu hegemonias regionais, enquanto o Vitória tentava, a duras penas, manter a casa de pé.

É um processo delicado, que exige paciência, mas o clube já entendeu que sem estrutura sólida, o "menino bom de bola" vai continuar passando batido como água de cacimba em dia de chuva forte. O desafio é fazer o Vitória deixar de ser só um vendedor precoce e passar a ser um clube que segura seus talentos por mais tempo. Com planejamento, investimento e uma boa dose de ousadia, o Leão pode, enfim, voltar a formar gerações de protagonistas e não apenas páginas de boas intenções.