Vitória troca meio time e aposta na velha receita
Reformulação virou rotina no Barradão com riscos conhecidos e finais felizes
O Esporte Clube Vitória inicia mais uma vez um processo de reformulação no meio da temporada. A saída de cinco jogadores — entre eles Wellington Rato e Bruno Xavier — e a chegada do executivo Gustavo Vieira marcam o quarto ano seguido em que o Rubro-Negro aposta na troca de peças durante a janela. A prática, que já rendeu desde acessos até título inédito da Série B, virou quase uma assinatura da gestão de Fábio Mota, que se equilibra entre a pressão da arquibancada e a busca por estabilidade esportiva.
Tecnicamente, a estratégia tem lógica, mas exige precisão cirúrgica. O elenco mostrou claros sinais de desgaste no primeiro semestre, sobretudo no setor ofensivo, onde a inconsistência pesou. As saídas sinalizam uma tentativa de corrigir a falta de profundidade nas pontas e a pouca criatividade no meio. Gustavo Vieira, que chega com bom trânsito no mercado, assume a missão de montar um time mais equilibrado, algo que, convenhamos, não é exatamente novidade na Toca.
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Essa repetição do roteiro, embora traga lembranças boas — como o acesso em 2022 e o título nacional em 2023 —, também acende alertas. Desde os tempos de Geninho, passando por Carpini e outros, o Vitória vive um ciclo de apagar incêndios e reconstruir. O curioso é que, diferente dos rivais nordestinos, que buscam continuidade, o Leão se especializou na arte do "remendo que vira farda". Até aqui, tem dado certo, mas até quando?
O cenário atual exige mais que trocas pontuais. É hora de profissionalizar processos, planejar além da próxima janela e abandonar a perigosa dependência desse modelo de correção em voo. Se o Vitória quiser se consolidar na elite e parar de viver na gangorra, precisará transformar essa cultura de emergência em um projeto sólido, de longo prazo. E que não dependa, todo ano, de mais uma revolução no meio do caminho.
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