Bolsonaro: "Querem me tornar inelegível por fake news"
O chefe do Executivo já teve "lives" derrubadas em outras redes
O presidente Jair Bolsonaro reconheceu nesta quinta-feira (7) em transmissão ao vivo nas redes sociais, que ampliou suas atividades no Telegram para evitar a regulação de conteúdo em outras plataformas. "Logicamente, ampliamos nossa rede para o Telegram. Não tem censura e tem que ser assim", afirmou. "Querem me tornar inelegível por fake news; é inacreditável", acrescentou. O chefe do Executivo já teve "lives" derrubadas em outras redes, como o YouTube, após propagandear medicamentos sem eficácia contra a covid-19.
Hoje, Bolsonaro voltou a defender o ineficaz "tratamento precoce", mas sem citar o nome dos remédios. Reiterou, também, declarações que vão na contramão da ciência, como a de que quem contraiu o novo coronavírus teria mais anticorpos em relação a pessoas vacinadas.
Em manutenção de retórica voltada a seus apoiadores, o presidente fez novas críticas ao chamado "passaporte da vacina", à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, e ao prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD). "Não vai cobrar o distanciamento social no carnaval, Eduardo Paes?", questionou o presidente. "São os contratos milionários?", ironizou em seguida a intenção de Paes, criticada por especialistas, de liberar o carnaval 2022 sem restrições sanitárias.
O chefe do Executivo ainda se equivocou, durante a live, ao dizer que a imprensa não questionou o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, se teria se medicado com remédios ineficazes para tratar a covid-19. Na verdade, o ministro foi questionado, sim, sobre o tema assim que retornou dos Estados Unidos, onde fez quarentena, mas não respondeu - disse que se tratava de questão particular.
Eleições 2022.
De olho na corrida eleitoral, Bolsonaro fez críticas às gestões petistas na transmissão ao vivo, em especial ao ex-presidente Lula, que deve ser seu principal adversário nas urnas. "Alguns acham que, após decisão do STF, nosso amigo comprovou inocência", declarou.
Lula, que hoje lidera as pesquisas de intenção de voto, teve condenações anuladas pela Suprema Corte por questões processuais, mas o mérito não foi julgado pelos magistrados.
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