IPCA tem 1ª deflação em um ano com queda na conta de luz, na gasolina e em alimentos

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IPCA tem 1ª deflação em um ano com queda na conta de luz, na gasolina e em alimentos

O resultado de queda na inflação refletiu a baixa temporária dos preços da energia elétrica com o desconto do bônus de Itaipu 

Foto : Ricardo Stuckert

 O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) teve deflação (queda) de 0,11% em agosto, apontam dados divulgados nesta quarta-feira (10) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O resultado refletiu a baixa temporária dos preços da energia elétrica com o desconto do bônus de Itaipu. Alimentos e gasolina também voltaram a cair, aliviando o índice oficial.

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A deflação de 0,11% é a primeira do IPCA em um ano. A queda anterior, de apenas 0,02%, ocorreu em agosto de 2024.

A redução registrada no mês passado é a maior em quase três anos, desde setembro de 2022, quando o recuo havia sido de 0,29%.

À época, a variação negativa ocorreu após o corte tributário do governo Jair Bolsonaro (PL) às vésperas das eleições presidenciais.

A queda de 0,11%, contudo, foi menos intensa do que a esperada por analistas na mediana do mercado financeiro. Essa projeção era de baixa de 0,15%, conforme a agência Bloomberg.

O IPCA havia mostrado inflação (alta) de 0,26% em julho. A deflação em agosto era aguardada com a queda pontual da conta de luz devido ao desconto do bônus de Itaipu -efeito que tende a ser revertido a partir de setembro.

Os preços da conta da energia elétrica residencial recuaram 4,21% no IPCA do mês passado. Com isso, a conta de luz exerceu a principal pressão do lado das baixas no índice (-0,17 ponto percentual).

No acumulado de 12 meses, o IPCA passou a registrar inflação de 5,13%. Isso significa uma desaceleração (alta menor) ante o aumento de 5,23% até julho.

O avanço, porém, segue acima do teto de 4,5% da meta de inflação perseguida pelo BC (Banco Central).

Com o alívio da energia elétrica, o grupo habitação saiu de um aumento de 0,91% em julho para uma queda de 0,90% em agosto.

O instituto também destacou as deflações nos grupos alimentação e bebidas (-0,46%) e transportes (-0,27%).

INFLAÇÃO, META E PROJEÇÕES

Em 2025, o BC passou a perseguir a meta de inflação de maneira contínua, abandonando o chamado ano-calendário (janeiro a dezembro).

No novo modelo, o alvo é considerado descumprido quando o IPCA acumulado permanece por seis meses seguidos fora do intervalo de tolerância, que vai de 1,5% (piso) a 4,5% (teto). O centro é de 3%.

O índice estourou a meta contínua pela primeira vez em junho.

Na mediana, as projeções do mercado financeiro apontam alta de 4,85% para o acumulado de 2025, conforme o boletim Focus, divulgado pelo BC na segunda (8). A previsão ficou estável após 14 semanas consecutivas de revisão para baixo. 

 

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Quarta, 10 Setembro 2025

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