Rachadinhas: após vazar dados do caso de Flávio Bolsonaro, agente da Abin é exonerado

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Rachadinhas: após vazar dados do caso de Flávio Bolsonaro, agente da Abin é exonerado

Cristiano Ribeiro, agente da Abin, foi demitido do serviço secreto

Crédito: Divulgação

Agente da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Cristiano Ribeiro foi demitido nas últimas horas do serviço secreto pelo governo federal. Uma apuração interna apontou que ele vazou dados sigilosos que municiaram reportagem sobre um servidor do órgão que teria atuado para "blindar" Flávio Bolsonaro no caso das 'rachadinhas'.

De acordo com fontes da coluna de Flávio Capelli, do Metrópoles, Ribeiro fotografou a tela de seu computador na Abin e enviou para pessoas que não pertenciam à Agência Brasileira de Inteligência. O episódio ocorreu ainda durante o governo Bolsonaro. Antes de ser demitido, o agente foi alvo de operação de busca e apreensão pela Polícia Federal (PF), que devassou seus aparelhos eletrônicos.

A imagem vazada pelo agente continha o organograma do Centro de Inteligência Nacional da Abin, com fotos e nomes dos servidores titulares de cada coordenação e seus respectivos substitutos. O CNI tem a atribuição de acompanhar "assuntos de inteligência estratégica".

A apuração interna da Agência apontou que o material foi usado em uma reportagem do site "Intercept Brasil", publicada em dezembro de 2020. Os jornalistas ouviram uma fonte da Abin que afirmou que tanto ela quanto seus colegas "desconfiavam" de que o policial federal Marcelo Bormevet, à época lotado na agência, teria produzido relatórios para blindar Flávio no caso das rachadinhas.

Na ocasião, Bormevet ocupava um posto-chave no CNI. Era coordenador-geral de Credenciamento de Segurança e Análise de Segurança Corporativa. Delegado de carreira da PF, ele atuava, até sexta-feira passada (26), como assessor da Subchefia Adjunta de Infraestrutura da Casa Civil da Presidência.

Contudo, foi dispensado do cargo após o ministro Alexandre de Moraes determinar seu afastamento por ser investigado no âmbito da suposta "Abin paralela" que teria existido no governo Jair Bolsonaro (PL). Ao autorizar uma das operações da PF, o ministro do STF citou a referida reportagem do "Intercept Brasil".

Ou seja, Bormevet entrou no radar da investigação após uma reportagem municiada pelo agora ex-agente da Abin Cristiano Ribeiro, agora demitido da Agência pelo governo Lula.

A demissão foi oficializada após a conclusão de um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) aberto ainda em 2021. O relatório pontuou que o agente infringiu o Regime Jurídico dos Servidores Públicos.

A apuração apontou o cometimento de duas irregularidades: "revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo" e "improbidade administrativa". Sendo assim, o governo Lula apenas cumpriu o rito formal ao demitir Cristiano Ribeiro.

Aliado a isso, Carlos Bolsonaro também foi alvo de busca e apreensão determinadas por Moraes no âmbito da Abin. 

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Quinta, 02 Mai 2024

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