Especialista alerta para o crescente número de câncer colorretal em pessoas mais jovens
Segundo levantamento do próprio HGCA, esse índice reforça a urgência de ampliar o rastreamento da população, inclusive entre adultos jovens.
"O testemunho da Preta nos mostra que muitas vidas podem ser salvas se olharmos com mais atenção para esse tipo de câncer", afirma o Dr. Vitor Galvão, médico endoscopista intervencionista.
Segundo o Dr. Vitor, fatores como consumo excessivo de álcool, tabagismo, alimentos ultraprocessados, sedentarismo e obesidade vêm contribuindo para a alta incidência da doença entre os mais jovens. Ele destaca também os sinais iniciais:
"Alterações no hábito intestinal — como prisão ou diarreia —, perda de peso inexplicada e sangramento anal precisam ser encarados com seriedade."
Ele reforça que exames como colonoscopia e teste de sangue oculto nas fezes conseguem detectar pólipos — lesões benignas com potencial de evolução para câncer. E alerta:
"A partir dos 45 anos, toda pessoa deve procurar um médico para iniciar a prevenção; quem tem história familiar deve antecipar esse rastreamento para os 40 anos ou até 10 anos antes da idade em que o parente foi diagnosticado."
O Dr. Victor Galvão coordena o Centro de Hemorragia Digestiva do Interior (CHDI), situado no Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), em Feira de Santana. Ele traz dados que reforçam a importância da prevenção:
"Neste ano, realizamos quase 700 colonoscopias, com uma taxa de detecção de pólipos de aproximadamente 40%. Destes, cerca de 80% eram adenomas — ou seja, lesões que poderiam evoluir para câncer — e que ao serem retiradas evitam a progressão da doença."
Segundo levantamento do próprio Hospital Geral Clériston Andrade, esse índice reforça a urgência de ampliar o rastreamento da população, inclusive entre adultos jovens.
Dados recentes também apontam tendência preocupante no cenário nacional: um estudo publicado na Revista Brasileira de Cancerologia, do Instituto Nacional de Câncer (INCA), em 2023, revelou que 19,6% dos casos de câncer colorretal no Brasil ocorrem em pessoas com até 50 anos — sendo 4,7% entre 31 e 40 anos e 12,5% entre 41 e 50 anos.
"Não podemos negligenciar os sintomas. A prevenção pré primária – com hábitos saudáveis – e a prevenção secundária – por meio de colonoscopia e remoção de pólipos – são nossas melhores armas", orienta o Dr. Vitor.
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