Bahia busca final da Copa do Nordeste em duelo de estilos
Ceni enfrenta Condé pela oitava vez em confronto decisivo único
O reencontro entre Rogério Ceni e Léo Condé, nesta quarta-feira, pela semifinal da Copa do Nordeste, não é apenas mais um capítulo no calendário inflado de 2025. A relação estatística entre ambos dá à partida em Salvador uma camada extra de rivalidade. Em sete confrontos prévios, foram três vitórias, dois empates e duas derrotas para o treinador do Bahia, que tem na Fonte Nova seu território mais seguro: lá, venceu três vezes e empatou uma contra times dirigidos pelo adversário. Entre gols sofridos (12) e marcados (13), o equilíbrio é a tônica dessa disputa.
Sob a ótica tática, o duelo traduz estilos contrastantes que se provocam em campo. Condé, desde os tempos de Vitória, mantém a marca de equipes compactas, que resistem mais pela disciplina do que pelo brilho. Ceni, por sua vez, insiste em manter protagonismo ofensivo, mesmo que isso exponha sua retaguarda a riscos conhecidos. O resultado é uma combinação explosiva: em todos os encontros anteriores, o Bahia de Ceni balançou as redes contra Condé, mas raramente saiu incólume. Para o jogo único da semifinal, em que empate leva a decisão para os pênaltis, essa equação se torna ainda mais perigosa.
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As consequências ultrapassam o simbolismo do embate entre técnicos. Para o Bahia, uma vitória mantém a trajetória de estabilidade que o clube buscava desde a virada administrativa em 2023, consolidando Ceni como peça central do projeto esportivo. Ao Ceará, classificar-se à final significaria a validação imediata de Condé, que deixou Salvador com críticas divididas e agora encontra oportunidade de provar que sua leitura de jogo resiste aos testes mais duros. Quem avançar encara CSA ou Confiança, em um desfecho que pode reposicionar forças no cenário regional.
À luz da experiência, é preciso reconhecer que confrontos como este moldam mais do que estatísticas: consolidam narrativas. Ceni, muitas vezes acusado de perseguir obsessivamente sua própria ideia de jogo, tem a chance de mostrar flexibilidade. Condé, tachado como pragmático ao extremo, pode se beneficiar de uma vitória que lhe devolva prestígio. Se a lógica recente for mantida, veremos um Bahia dominante e um Ceará resistente, até que algum detalhe rompa a simetria. No futebol do Nordeste, onde o caldo sempre entorna rápido, um simples vacilo pode custar mais que a vaga — pode custar o discurso futuro de cada treinador.
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