O basquete norte-americano amanheceu abalado nesta sexta-feira com a condenação de Ben McLemore, ex-jogador da NBA, por estupro e abuso sexual. O júri do condado de Clackamas, no estado de Oregon, concluiu que McLemore cometeu crimes graves contra uma mulher em outubro de 2021. O atleta, que vestiu as camisas de Sacramento Kings, Houston Rockets, Los Angeles Lakers e Portland Trail Blazers, havia deixado a principal liga do mundo em 2022 e atuava, até recentemente, no basquete turco.

Do ponto de vista jurídico e social, o caso encerra um ciclo de impunidade que ainda ronda o mundo esportivo. O promotor John Wentworth foi taxativo: o status de celebridade não protege ninguém. McLemore foi julgado e condenado por violação de primeiro grau, penetração sexual ilegal e abuso sexual de segundo grau, num processo em que as evidências pesaram mais que qualquer currículo esportivo. O episódio escancara a necessidade de responsabilização, independente da altura dos holofotes.

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Na história recente da NBA, o caso de McLemore se conecta a outras situações onde a fama tentou se sobrepor à justiça, sem sucesso. Embora não seja o primeiro atleta condenado, a repercussão deste episódio ecoa de forma mais ruidosa, talvez por ele ter defendido franquias de peso como os Lakers, onde o estrelismo é quase uma instituição. Para quem acompanha o esporte desde os tempos de Oscar Schmidt brilhando em Feira de Santana, é um lembrete agridoce de que nem todo talento carrega grandeza moral.

O futuro de McLemore, agora, parece fechado dentro das grades e fora das quadras. Se por um lado a condenação reforça que a justiça pode sim alcançar o andar de cima, por outro deixa uma lição dura: o esporte precisa tratar com mais seriedade a formação ética de seus atletas. No mais, é como diz o povo aqui da Bahia — "o mundo dá cambalhota" — e o tapete vermelho pode, num piscar de olhos, se transformar em um corredor de concreto frio.