Felipinho desafia Baianinho e agita trono da sinuquinha
Rei da Puxadinha quer transformar talento em legado olímpico
Aos 29 anos, o paranaense Felipinho vem sacudindo o universo da sinuquinha com a mesma leveza com que "puxa" o bolão na mesa. Com mais de R$ 1 milhão em premiações e vitórias em grandes duelos, o novo astro ameaça o reinado de Baianinho de Mauá, ídolo incontestável e hoje figura quase mítica do esporte. Ambos dividem conquistas e protagonismo: cada um já venceu duas edições da Liga Brasileira de Sinuquinha e são donos do jogo mais valioso da história da modalidade — R$ 400 mil em disputa. A comparação inevitável ganhou contornos de clássico, tipo Fla-Flu no auge: o velho mestre contra o herdeiro impetuoso.
Tecnicamente, Felipinho se destaca pela ousadia. A "puxadinha" — jogada em que imprime efeito extremo à branca — virou sua assinatura, arrancando aplausos até de rivais. Mas, enquanto a plasticidade o favorece, a experiência ainda pesa. Baianinho, com seus 50 anos e uma frieza construída entre tacos e apostas, domina o tempo de jogo com maestria de xadrezista. Felipinho reconhece: precisa amadurecer psicologicamente, ajustar decisões em momentos-chave. Ainda assim, mostra leitura estratégica, boas defesas e um senso competitivo aguçado. "Entro para ganhar, não para bater papo", costuma dizer. E não é só bravata de mesa de bar.
📱 FEIRA DE SANTANA NOTÍCIAS 24H: Faça parte do canal do Folha do Estado no WhatsApp
Há um tempero regional nessa rivalidade: o "Bruxo" Baianinho, de Mauá (SP), remete ao jogo raiz das quebradas do Sudeste; Felipinho, criado entre torneios que valiam porco ou costela, traz o ranço bom das esquinas do Sul. Mas o que encanta é a estética popular da sinuquinha — mais brasileira que pão com ovo, mais democrática que pelada em campo de terra. O esporte, antes marginalizado, se firmou como fenômeno digital, viralizando no YouTube e lotando galpões pelo interior do país. Em tempos de eSports e realities, eis um jogo de bar que resiste e emociona.
Se vai superar Baianinho? Ainda é cedo. Mas Felipinho já joga com a cara do futuro. Defende a profissionalização, sonha com Olimpíadas e quer mais visibilidade — sem perder a humildade. Que o jogo dele ainda precisa de quilometragem, é fato. Mas talento tem de sobra. Se tiver juízo e não deixar o ego subir mais que a bola branca, pode sim reinar. E, cá entre nós: não seria ruim ver um baiano de fé e um paranaense invocado disputando medalha olímpica de taco na mão. Coisa de Brasil grande.
📱 Acesse o nosso site RadioGeral e TVGeral
📲 Nos acompanhe também nas redes sociais:
Comentários:
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.
Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie.