Flamengo se desgasta e pressiona futuro de José Boto
Multa trava demissão em meio a racha nos bastidores
O Flamengo vive mais um capítulo de turbulência interna, agora em torno do diretor de futebol José Boto. Após seis meses de gestão, o português enfrenta críticas crescentes de conselheiros, jogadores e até funcionários, com direito a veto presidencial na contratação de Mikey Johnston e desgaste aberto no episódio de Victor Hugo. Apesar da aparente blindagem de Bap, a crise de bastidor acendeu o alerta no Ninho do Urubu. Caso o rompimento com Boto se confirme, o clube terá de arcar com cerca de R$ 2 milhões em multa contratual — quantia prevista mesmo que a iniciativa parta do próprio dirigente.
Tecnicamente, os choques entre filosofia europeia e prática brasileira ficaram evidentes. Boto chegou com aura de modernização, prometendo implantar uma gestão mais racional, baseada em scouting e ativos de mercado. No papel, até convenceu. Mas na execução, pecou na sensibilidade: decisões impopulares, pouca escuta ao ambiente interno e uma comunicação truncada com o elenco. O veto à chegada de Mikey, forçada por pressão da torcida e do presidente, expôs o abismo entre teoria e vestiário. Sem sinergia, até método vira obstáculo.
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A atual situação lembra outras fissuras que já estremeceram a Gávea. Em 2018, foi Rodrigo Caetano. Antes, Paulo Pelaipe. O Flamengo tem um histórico danado de engolir seus próprios gestores quando o alinhamento entre campo, bastidor e arquibancada se rompe. E em 2025, ano de janela intensa, pressão midiática exacerbada e um presidente afeito ao microgerenciamento, o caldo engrossa ligeiro — como diria um velho colega nosso da 96FM de Itabuna.
Se quiser evitar uma ruptura traumática, o clube precisa decidir rápido se sustenta o projeto Boto ou se rompe de vez. Meias medidas costumam piorar a temperatura e deixar o vestiário órfão de liderança. O Flamengo, que tanto se orgulha de ser "profissional", precisa mostrar agora que tem estrutura para lidar com conflitos de comando sem recorrer à velha máxima do "quem grita mais, leva". Porque, no futebol moderno, direção mal resolvida contamina até a bola parada.
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