Matheuzinho assume camisa 10 e busca retomar protagonismo
Meia herda número simbólico após queda de rendimento em 2025
O Vitória oficializou nesta terça-feira que Matheuzinho vestirá, de forma definitiva, a camisa 10 rubro-negra, às vésperas do confronto contra o Confiança, pela Copa do Nordeste. Com 103 partidas, 12 gols, 14 assistências e dois títulos no currículo — a Série B de 2023 e o Campeonato Baiano de 2024 — o meia se consolida como uma das referências recentes do clube. A troca de número vem após a saída de Wellington Rato, que chegou como estrela em janeiro, mas não vingou e foi emprestado ao Goiás, abrindo espaço para o retorno simbólico de Matheuzinho à camisa mais cobiçada.
Do ponto de vista técnico, a escolha carrega expectativas e desafios. Matheuzinho não vive seu auge: são dez jogos seguidos sem balançar as redes ou dar uma assistência sequer. Em campo, tem oscilado entre o meio e a lateral, o que dilui sua influência criativa no terço final. A missão agora, vestindo a 10, é clara: resgatar a verticalidade, a leitura entrelinhas e o chute de média distância que o tornaram peça-chave nas campanhas vitoriosas recentes. A braçadeira não veio, mas o peso simbólico da camisa exige liderança e regularidade — atributos que ele já demonstrou ter, mas que andam sumidos como dinheiro trocado na feira.
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Em se tratando de camisa 10 no Barradão, a história cobra. Nomes como Nadson, Ramon Menezes e até Júnior Nagata deixaram sua marca no bairro de Canabrava. Matheuzinho, nascido em Duque de Caxias, já foi abraçado pelo torcedor baiano, mas precisa reafirmar esse elo com entrega e repertório. O futebol da Bahia, que já viu craques como Bobô e Alex Alves encantarem com a 10 nas costas, vive agora uma entressafra criativa. Nessa carência, o meia rubro-negro pode ser farol ou mais um que se apaga sem aviso.
A aposta do clube é coerente: dar a um nome da casa, já identificado com a torcida, a chance de recomeçar com mais responsabilidade e visibilidade. Se a numerologia cabalística da 10 empurra ou atrapalha, só o tempo (e os próximos jogos) dirão. Mas uma coisa é certa: num Vitória que alterna lampejos e tropeços em 2025, falta quem assuma o meio-campo com peito e personalidade. E agora que o número está com ele, não tem mais desculpa nem rodízio — é hora de jogar como camisa 10. E não apenas vestir uma.
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