Polícia descobre depósitos suspeitos na conta de Augusto Melo
Presidente afastado do Corinthians é alvo de investigação por lavagem
A Polícia Civil de São Paulo escancarou nesta quinta-feira (5) um novo capítulo da já turbulenta gestão de Augusto Melo no Corinthians. Segundo relatório anexado ao pedido de habeas corpus do dirigente, foram identificados depósitos fracionados, em dinheiro vivo, que somam mais de R$ 152 mil entre dezembro de 2023 e abril de 2024. Os aportes, feitos majoritariamente no limite de até R$ 2 mil, acendem o sinal de alerta para práticas associadas à lavagem de dinheiro, justamente no período que antecedeu o escândalo do contrato com a VaideBet.
Do ponto de vista técnico, a operação financeira chama atenção pela estratégia típica de pulverização, método usado para dificultar o rastreio da origem dos recursos. Além dos depósitos, há registros de transferências via Pix em valores simbólicos, algumas com remetentes ligados diretamente ao dirigente — caso do sobrinho e conselheiro do clube, Kadu Melo. Esse padrão, segundo os investigadores, ecoa o mesmo modus operandi identificado na rota do dinheiro suspeito no polêmico contrato de patrocínio, que já tem ligação comprovada com empresas associadas ao crime organizado.
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Aqui do lado de cá, quem acompanha o futebol sabe: o Corinthians não é estranho a crises administrativas, mas a gravidade deste episódio remonta aos piores momentos da história do clube. Nem nas gestões contestadas da década de 90, quando o Parque São Jorge parecia mais uma feira de vaidades do que uma instituição esportiva, se viu um escândalo dessa magnitude. E o mais grave: em plena era digital, onde qualquer movimentação bancária deixa rastro, o amadorismo, ou quem sabe a audácia, impressiona.
O cenário é sombrio, mas o futebol não pode mais ser terreno fértil pra esse tipo de prática. Se o Corinthians quiser, de fato, honrar sua história centenária, vai precisar de uma assepsia institucional profunda, sem jeitinho, sem conchavo. E que esse episódio sirva de alerta pro futebol brasileiro como um todo — seja na Barra Funda, em Itaquera ou lá no nosso querido Barradão — porque enquanto a bola rola, a sujeira fora de campo não pode mais ser tratada como parte do jogo.
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