Rogério Ceni transforma Bahia em potência emergente e desafia lógica nacional
Do sufoco contra rebaixamento à Libertadores, treinador muda o patamar tricolor
O calendário marca dois anos de Rogério Ceni no Bahia, e a efeméride carrega peso incomum. Em 2023, o clube ainda convivia com a ameaça da queda no Brasileiro. Hoje, celebra a dobradinha estadual e regional após 24 anos, lidera campanha consistente no nacional e sonha com uma inédita semifinal de Copa do Brasil. Os números sustentam a narrativa: 139 jogos, 60% de aproveitamento, conquistas expressivas e a volta à Libertadores após três décadas. Um conjunto que não apenas reabilita o clube, mas também recoloca seu treinador entre os técnicos mais relevantes do país.
O desenho dessa trajetória é técnico e financeiro. O aporte de mais de R$ 400 milhões em reforços desde a chegada da SAF ao Grupo City, somado à obsessão de Ceni pelo detalhe, permitiu ao Bahia estruturar elenco competitivo em múltiplas frentes. A equipe ganhou repertório: marcação alta, variação de esquemas e equilíbrio entre jovens e veteranos. Há também tropeços emblemáticos, como a goleada sofrida diante do Mirassol, prova de que a transformação ainda não se blindou contra lapsos. Mas o saldo é inequívoco: o Bahia deixou de ser coadjuvante regional para se inserir no debate nacional.
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As consequências projetam cenários inéditos. A possibilidade real de semifinal de Copa do Brasil coloca o clube em vitrine de maior dimensão, multiplicando receitas e ambições. O contrato de Ceni até 2027 indica continuidade e maturação de projeto, algo raro no futebol brasileiro. O desafio, no entanto, cresce na mesma proporção. A torcida já não se satisfaz apenas com taças regionais. A expectativa é por conquistas nacionais que devolvam ao clube o protagonismo da era dos títulos brasileiros de 1959 e 1988, agora sob a lógica moderna de gestão empresarial.
Aqui cabe a crítica: o Bahia precisa resistir ao risco da euforia. A ascensão recente é sólida, mas não definitiva. A dependência de investimento externo pode se converter em vulnerabilidade diante de instabilidade econômica ou política. O próprio Ceni, embora amadurecido, terá de provar consistência em torneios longos contra elencos mais robustos. A lição é clara: o trabalho construiu base concreta, mas o passo seguinte exigirá mais do que dinheiro e disciplina. Exigirá a capacidade de transformar números em legado, algo que no futebol brasileiro raramente resiste à voracidade do tempo.
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