Técnicos caem rápido e tempo no cargo despenca no Brasileirão

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Técnicos caem rápido e tempo no cargo despenca no Brasileirão

Demissões em série evidenciam crise e impaciência no futebol brasileiro 

📷 Reprodução: X (Twitter) - GoalBR

O Campeonato Brasileiro de 2025 segue marcando ritmo frenético fora das quatro linhas, com 12 trocas de comando técnico em apenas 13 rodadas, levando o tempo médio de permanência dos treinadores a cair quase 20%, para cerca de 275 dias. Entre essas demissões, destaca-se a saída de Juan Pablo Vojvoda do Fortaleza, técnico mais longevo do certame até então, com quase quatro anos à frente do Leão do Pici. A situação revela um cenário cada vez mais volátil, onde projetos longos viraram raridade e o pisar em ovos tornou regra no ambiente dos clubes.

Tecnicamente, essa rotatividade excessiva compromete o desenvolvimento tático e a construção de identidade, sobretudo em times que enfrentam pressões locais e regionais. Com nove equipes ainda sem troca de técnico, a irregularidade pesa no jogo coletivo e dificulta a consolidação de estratégias de médio prazo, essencial para um campeonato extenso como o Brasileirão. A entrada de nomes como Davide Ancelotti no Botafogo ou Hernán Crespo no São Paulo demonstra a aposta em técnicos com perfil moderno, porém o turbilhão de mudanças pode atrapalhar mais do que ajudar na sequência da temporada.

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É nítido que o "vai e vem" nas comissões técnicas espelha uma cultura de imediatismo e ansiedade dos dirigentes, que buscam soluções rápidas para crises pontuais. O efeito colateral é a perda de estabilidade, fator crucial para o sucesso consistente. É o famoso "quebrando a régua para tentar acertar a medida", aquela expressão de quem vive o esporte aqui na Bahia e vê no futebol brasileiro um efeito amplificado do "tempo curto", tão comum na política e na vida empresarial. Em 2025, já se percebe a urgência de rever esse ciclo vicioso para evitar prejuízos maiores no futuro.

A experiência de Abel Ferreira no Palmeiras, técnico mais longevo da elite nacional com quase cinco anos de casa e sucessos incontestáveis, funciona como exemplo de que longevidade, planejamento e respaldo são ingredientes imprescindíveis para a construção de uma equipe competitiva. Se o futebol brasileiro quer escapar do "festival de demissões", deve abraçar a paciência como valor estratégico, respeitando o tempo necessário para que as ideias floresçam dentro e fora de campo. Afinal, resultado imediato é bom, mas sustentação é o que faz o time de verdade.

 

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Quinta, 17 Julho 2025

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