Testemunhas desmentem excesso de velocidade no acidente de Jota

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Testemunhas desmentem excesso de velocidade no acidente de Jota

Caminhoneiros dizem que irmãos seguiam devagar antes da colisão fatal 

📷 Reprodução: X (Twitter) - PoojaMedia

O futebol europeu ainda tenta digerir a perda trágica de Diogo Jota, atacante do Liverpool, e seu irmão André Silva, mortos em um acidente na rodovia A-52, na Espanha, no último dia 3 de julho. O relatório oficial da Guarda Civil indicou que o carro estaria em velocidade acima do permitido durante uma ultrapassagem, mas duas testemunhas oculares, caminhoneiros portugueses experientes na rota, afirmaram ao Correio da Manhã que os irmãos dirigiam com tranquilidade. Jota, de apenas 28 anos, e André, 25, voltavam de férias e planejavam atravessar de ferry até a Inglaterra — rota forçada por recomendações médicas, após cirurgia pulmonar do atacante.

Do ponto de vista técnico, o trecho onde ocorreu a colisão — próximo à cidade de Cernadilla — é conhecido por baixa visibilidade noturna e curvas que exigem atenção redobrada, sobretudo em casos de falha mecânica. A hipótese levantada por peritos de um possível estouro de pneu não é descartada, o que comprometeria a estabilidade do carro mesmo em velocidade moderada. Não houve sinais evidentes de frenagem brusca ou desvio antes do impacto, o que levanta dúvidas razoáveis sobre a versão de condução imprudente atribuída às vítimas.

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A comoção atravessou fronteiras, mas ganhou contornos íntimos em Gondomar, cidade natal dos irmãos, e em Liverpool, onde Diogo escreveu seu nome com gols decisivos. Comparações são inevitáveis: a perda lembra, com pesar, as tragédias de Puerta (2007) e Sala (2019), acentuando a fragilidade da rotina de atletas de alto rendimento. "Foi uma paulada no meio do campo", comentou um torcedor à rádio TSF, resumindo o impacto que o luto causou em Portugal. Em Feira de Santana, onde o futebol europeu ecoa pelas manhãs de domingo, a comoção também foi sentida entre os fãs mais atentos do Liverpool.

É preciso cautela antes de sedimentar versões que imputam culpa a quem não pode mais se defender. O histórico de Jota sempre foi de disciplina, e as declarações dos caminhoneiros soam mais que desabafo: são pedidos por justiça narrativa. Em tempos de informação veloz, mas nem sempre precisa, convém ao jornalismo manter a ética firme no volante. A verdade, essa sim, não pode sair da pista. 

 

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Sábado, 12 Julho 2025

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