Vitória expõe fragilidade da base com elenco profissional cada vez distante
Apenas três formados no clube jogaram Série A em 2025 inteira
O Vitória chega à 23ª rodada do Brasileirão com uma estatística que incomoda até os mais pragmáticos: apenas três atletas formados na Toca do Leão atuaram na elite nesta temporada. Lucas Arcanjo, goleiro de 27 anos, soma mais de 1.800 minutos, mas é exceção. Wendell e Paulo Roberto, lançados nas últimas rodadas, completam a lista magra de presenças. Para um clube que construiu sua identidade e relevância nacional na produção de talentos, a queda numérica é sintoma de um modelo enfraquecido, agora sob promessa de resgate com Rodrigo Chagas.
A análise técnica mostra uma ruptura de processo. Enquanto concorrentes do mesmo porte apostaram em integração mais consistente entre base e profissional, o Vitória fragmentou o fluxo. A base, que já revelou gerações inteiras, perdeu espaço para contratações pontuais, muitas delas de impacto reduzido. O cenário agravou-se com instabilidade política e administrativa, que corroeu o elo entre categorias. Chagas, ex-jogador forjado na Fábrica de Talentos, tenta reverter a lógica com pragmatismo: em vez de improvisos, dá lugar a garotos em posições carentes, caso do lateral Paulo Roberto.
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As consequências não se limitam ao campo. Financeiramente, o Vitória abre mão de uma das ferramentas mais poderosas para clubes fora do eixo: formar e vender atletas. Sem fluxo contínuo de revelações, perde-se receita e sustentabilidade esportiva. No curto prazo, a luta contra o rebaixamento impõe cautela, mas o resgate da base é também estratégia de sobrevivência. A inserção gradual de nomes como Alejandro Almaraz, Alexsandro Faísca e Lucas Lohan pode oferecer alternativas competitivas e reposicionar o clube em um mercado cada vez mais disputado.
O diagnóstico é claro: o Vitória precisa decidir se quer ser comprador frágil ou formador protagonista. A aposta em Rodrigo Chagas simboliza tentativa de reconexão com a própria história, mas não basta discurso. Sem projeto sólido de integração, a Toca seguirá fornecendo lampejos, e não gerações. Em 2025, quando até adversários diretos colhem frutos da base, a ausência rubro-negra soa como alerta vermelho. Resta ver se o clube terá coragem de transformar promessa em política estruturante.
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