O Vitória encerra nesta terça-feira a pausa de 25 dias no calendário do futebol brasileiro, voltando a campo pelas quartas de final da Copa do Nordeste contra o Confiança. Foram duas semanas de férias e mais onze dias de treinamento no Barradão, com direito a mudanças profundas no elenco. O clube baiano perdeu peças-chave: Wellington Rato, Janderson e Mosquito — os três mais produtivos no setor ofensivo — foram negociados. No sentido contrário, chegaram o goleiro Thiago Couto, o meia-atacante Rúben Rodrigues e o centroavante uruguaio Renzo López, além da promoção de dois jovens da base: Lucas Lohan e Wendell Santos.

As movimentações sugerem um redesenho tático do técnico Thiago Carpini, que agora conta com menos velocidade pelas pontas e terá que reposicionar o time sem comprometer a transição ofensiva. A presença de Rúben entre as linhas pode aumentar a densidade criativa no meio, enquanto Renzo, se entrosado rapidamente, pode oferecer a referência que o time ainda não teve em 2025. A ausência de Jamerson por lesão torna o setor esquerdo vulnerável, deixando Maykon Jesus como única opção de origem, o que acende o alerta para improvisações num jogo de mata-mata.

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A torcida do Leão, que não é de baixar a guarda, sabe que as semifinais da Copa do Nordeste valem muito mais que prestígio. O torneio regional, além do peso simbólico, é termômetro para avaliar o fôlego do elenco antes da retomada da Série A. E o Vitória, que ainda busca estabilidade entre atuações boas e apagadas, entra em campo pressionado por um adversário valente e por uma arquibancada acostumada a não perdoar desatenção. Nos tempos de Ramon Menezes, os ajustes vinham da base. Hoje, o clube tenta equilibrar planilha de custos com rendimento técnico — desafio que nem sempre casa com o calendário.

O segundo semestre será uma maratona e exige mais do que folha limpa ou nome de peso. O Vitória precisa, urgentemente, reencontrar sua alma em campo — aquela que o torcedor reconhece no primeiro toque na bola ou num carrinho providencial. A pausa foi uma bênção pra quem estava cansado, mas cobra resposta já nesta terça. O rubro-negro de Salvador tem elenco pra competir, mas ainda precisa provar que tem um time — com identidade, coragem e propósito. Do contrário, vai sobrar peça e faltar futebol no quebra-cabeça da temporada.