Base do Fortaleza brilha enquanto time principal tropeça
Sub-17 lidera invicto e Sub-20 entra no G5 nacional
Enquanto o time profissional do Fortaleza luta para sair da zona de rebaixamento do Brasileirão, as categorias de base fazem o caminho inverso e sustentam o prestígio do clube com campanhas sólidas e empolgantes. O Sub-17 lidera com folga e ainda ostenta a melhor defesa do torneio, enquanto o Sub-20 ocupa a quinta colocação após bater o Bahia na última rodada. No momento em que os refletores se voltam para o desespero do time de cima, a base vai, discretamente, construindo vitórias com talento e trabalho coletivo.
Do ponto de vista técnico, o desempenho das equipes de base revela algo que o time principal perdeu no meio do caminho: identidade tática e comprometimento com o jogo coletivo. No Sub-17, comandado por Larocca, há uma clara organização defensiva — apenas três gols sofridos em cinco jogos — e transições rápidas. No Sub-20, Léo Porto conseguiu resgatar o espírito combativo e a consistência que já foram marcas registradas do Leão. Contra o Bahia, por exemplo, a intensidade no meio-campo fez a diferença. O que falta ao time profissional sobra nos garotos: disciplina, foco e unidade.
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Esse contraste chama atenção, sobretudo porque remete à tradição formadora do Nordeste. O torcedor mais atento há de lembrar do Fortaleza revelando nomes como Osvaldo e Felipe Alves, que mais tarde serviram com dignidade o clube e outros centros. A atual safra, em especial do Sub-17, tem o mesmo DNA aguerrido que se via nos duelos históricos do Pici contra o Ferroviário nos anos 90. Enquanto a Série A pesa como canga no pescoço do time principal, a base sorri com o vigor de quem carrega o futuro no pé e a leveza no olhar.
É hora da diretoria acordar. A base não pode ser apenas promessa — precisa ser solução. Se o elenco principal não responde, talvez seja o momento de puxar da base não só jogadores, mas também ideias. Dar espaço a quem vem vencendo com sobriedade pode ser o fôlego que o Fortaleza precisa para virar a maré em 2025. Porque, no fim das contas, se o campo do profissional anda rachado, o terreiro da base anda verde. E é lá que mora a esperança.
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