Bisneto de Mussolini desafia passado e estreia na elite
Jovem lateral quer que o futebol fale mais alto que o nome
A Cremonese, recém-promovida à Série A do Campeonato Italiano, ganhou mais que um reforço de mercado: trouxe para a lateral-direita um nome que carrega mais história do que idade. Romano Floriani Mussolini, 22 anos, bisneto do ditador Benito Mussolini, estreia na elite buscando o que todo jovem atleta quer — ser julgado pelo que faz com a bola nos pés, não pelo peso do sobrenome. O lateral, emprestado pela Lazio, disputou 37 partidas na última temporada pelo Juve Stabia e agora mira um novo patamar da carreira, em meio à inevitável sombra de seu legado familiar.
Taticamente, Mussolini mostra atributos típicos do lateral moderno: velocidade no apoio, marcação com entrega e ocasional presença ofensiva pelas pontas. Seu desempenho no Juve Stabia foi sólido, embora discreto. A aposta da Cremonese passa pela confiança em sua maturação física e emocional diante de um campeonato que exige mais do que vigor. Enfrentar o Milan logo na estreia, em 23 de agosto, será o primeiro teste de fogo — e talvez de narrativa — para o jovem que já convive com holofotes que nenhum drible apaga.
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Como quem carrega uma herança de chumbo, Floriani Mussolini tem plena consciência da cruz que traz no RG. Em 2025, a Itália vive um futebol cada vez mais atento à história e suas feridas, mesmo que os gramados prefiram o silêncio da bola rolando. Ainda assim, a crítica europeia divide-se: uns tratam o caso com o distanciamento que cabe ao mérito esportivo; outros não esquecem que um nome, mesmo calado, grita nos estádios. A pergunta que não cala é: será ele bom o bastante para apagar o eco?
No jogo entre talento e memória, cabe ao campo arbitrar — e a torcida, julgar. Romano tenta escrever sua própria linha no livro do futebol, mas sabe que o vento da história sopra contra. Como se diz no interior da Bahia, "quem planta sombra não reclama do frio". Mas se o menino conseguir fazer da lateral sua trincheira de superação, talvez enfim possamos falar mais de cruzamentos certos do que de cruzes tortas. E que o futebol, uma vez mais, vença o peso do passado.
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