A seleção brasileira masculina de polo aquático amargou mais um revés no Mundial de Esportes Aquáticos 2025, realizado em Singapura. Depois de avançar em segundo no Grupo C, atrás dos Estados Unidos, o time sucumbiu ao sistema de crossover, sendo atropelado pela Grécia por 17 a 5. Sem conseguir sequer marcar no primeiro tempo — tomado por sete gols gregos —, o Brasil agora entra na disputa entre 9º e 12º lugares, com Japão, Romênia e Canadá no caminho. O próximo duelo está marcado contra os japoneses na madrugada de domingo (20), às 1h10 (horário de Brasília).

Tecnicamente, a derrota escancara o abismo entre um projeto ainda em amadurecimento e seleções com anos de estruturação sólida. A Grécia, embora não esteja entre os gigantes, impôs intensidade defensiva e eficiência nos arremates — principalmente nas bolas de perímetro. O Brasil, por sua vez, tropeçou nas próprias limitações: ataques apressados, cobertura defensiva falha e extrema dependência dos lampejos individuais. A terceira parcial, onde a equipe esboçou reação com quatro gols, foi mais um sinal de resistência emocional do que de consistência tática.

📱 FEIRA DE SANTANA NOTÍCIAS 24H: Faça parte do canal do Folha do Estado no WhatsApp

O problema vai além do placar. Há um déficit histórico de continuidade no polo aquático nacional — uma modalidade que, fora dos ciclos olímpicos, parece viver em estado de hibernação. O resultado contra a Grécia é apenas reflexo de um processo fragmentado. Que se saiba: não há milagre na água. Comissões técnicas mudam, centros de treinamento carecem de manutenção e o intercâmbio internacional é quase inexistente. A seleção resiste mais pelo suor dos atletas do que por diretrizes claras da CBDA.

Agora, o desafio é transformar a frustração em lição. Terminar entre os dez primeiros seria um alento simbólico, mas o verdadeiro mergulho precisa ser interno. É preciso ouvir o apito final como um chamado à reorganização. Porque se seguir desse jeito, o Brasil vai continuar nadando, nadando... e morrendo na praia.