Brasileiros investem pesado no futebol como parte da rotina
Pesquisa revela hábitos financeiros e a força da TV aberta
O futebol segue sendo a maior paixão nacional e agora mais do que nunca impacta diretamente o orçamento doméstico de milhões de brasileiros. Pesquisa da Serasa em parceria com o Opinion Box revelou que 61% da população destina parte de sua renda para produtos e serviços ligados ao esporte, com camisas de times liderando as compras — citadas por 71% dos entrevistados. Além disso, 81% dos consumidores regulares gastam mensalmente, a maior parte até R$ 100, mas há quem desembolse mais de R$ 300, sinalizando que o futebol é mais que lazer: virou investimento afetivo e financeiro.
Tecnicamente, esses números reforçam a complexidade da cadeia econômica que o futebol movimenta hoje, indo muito além dos gramados. O dado de que 75% acompanham os jogos pela TV aberta mostra que, apesar das mudanças tecnológicas e novas plataformas digitais, o hábito tradicional ainda impera, especialmente no Nordeste, onde a conexão televisiva com os times locais segue firme — é o velho e bom "fio do telefone" que não arreda o pé. A multitelas apontada pelos especialistas confirma a convergência midiática, com streaming e redes sociais ganhando espaço, mas sem canibalizar o público tradicional.
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No cenário regional baiano, essa tendência não é novidade, mas chama atenção o crescimento do interesse pelo futebol feminino e as possibilidades econômicas de programas como sócio-torcedor, ainda pouco explorados — apenas 15% declaram gasto, mas quase metade mostra interesse futuro. Historicamente, a Bahia sempre teve um papel especial na formação de torcedores apaixonados, mas agora vive um momento de transição, com maior consciência financeira e demandas por acessibilidade, que só reforçam a importância do esporte como elemento social e cultural na terra do axé.
Olhando para o futuro, o desafio para clubes, federações e empresários é balancear a paixão e o consumo para evitar que o amor pelo futebol pese demais no bolso da população. Em 2025, com um Brasil ainda marcado por desigualdades, é necessário pensar em estratégias que democratizem o acesso, estimulem o consumo consciente e ampliem o engajamento, sobretudo entre os jovens e famílias baianas. A paixão pela bola é pedra fundamental do nosso cotidiano, mas não pode se transformar em dor de cabeça financeira — que o futebol continue sendo motivo de alegria, saúde mental e não uma fonte de apertos no orçamento familiar.
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