Bruno Henrique vira réu por estelionato no DF
Decisão unânime amplia pressão jurídica sobre atacante do Flamengo
A tarde em Brasília trouxe novo capítulo ao caso que cerca Bruno Henrique. A Terceira Turma Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal acolheu por unanimidade o recurso do Ministério Público local e transformou o atacante do Flamengo em réu por estelionato. A decisão amplia o escopo da ação que já o tinha como acusado por fraude esportiva desde julho e envolve ainda o irmão, a cunhada e outros seis investigados. O entendimento do colegiado foi de que a International Betting Integrity Agency possui legitimidade para representar as casas de apostas supostamente lesadas, o que derruba o argumento inicial que havia levado à recusa da denúncia.
Do ponto de vista jurídico, o caso ganha densidade porque o tribunal reconheceu que houve representação válida das empresas que identificaram movimentações suspeitas ligadas ao jogo em que o atacante seria advertido no Brasileirão de 2023. A tese que prevaleceu foi a de que a comunicação rápida e formal da entidade internacional supre a ausência de denúncia direta das plataformas de apostas. Soma-se a isso o fato de o tribunal negar o pedido de fiança de dois milhões de reais por entender que não há risco de fuga. O processo, portanto, avança com amplitude maior que a esperada pela defesa.
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As consequências esportivas, por ora, permanecem contidas na esfera já conhecida. O Superior Tribunal de Justiça Desportiva havia aplicado multa de cem mil reais ao jogador e o liberou para atuar, entendimento que não muda com a nova decisão. No entanto, a transformação do caso em ação penal por crime contra o patrimônio projeta um futuro mais complexo para o atacante e para o clube. Mesmo sem impacto imediato no campo, o Flamengo convive agora com um atleta central de sua temporada envolvido em litígio de repercussão nacional e duração imprevisível.
A leitura crítica do movimento judicial aponta para uma tendência nítida. O sistema de justiça brasileiro se mostra inclinado a endurecer o enfrentamento de condutas relacionadas à integridade esportiva e ao mercado de apostas, especialmente quando há indícios de uso de informação privilegiada. O caso de Bruno Henrique, embora distinto das ações que marcaram a Operação Penalidade Máxima, passa a ocupar posição sensível na discussão sobre transparência e responsabilidade. A decisão do TJDFT não antecipa culpabilidade, mas sinaliza a disposição das cortes em tensionar ao máximo os limites entre infração desportiva e crime comum.
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