Cruzeiro segura pressão e empata com Corinthians em Itaquera
Cássio é homenageado na volta e jogo termina zerado
No reencontro com Cássio em Itaquera, Corinthians e Cruzeiro empataram sem gols pela 16ª rodada do Brasileirão 2025. A partida, disputada sob clima de respeito e rivalidade controlada, teve leve superioridade da Raposa, que finalizou mais e manteve a posse (55%), mas parou na linha defensiva alvinegra e no travado ritmo de meio de semana. O Timão, por sua vez, teve a chance mais clara nos minutos finais, mas não conseguiu converter. Com o ponto fora, o Cruzeiro segue líder com 34 pontos; o Corinthians, agora com 20, flutua no 11º lugar.
Tecnicamente, o duelo teve mais tensão do que brilho. Leonardo Jardim armou o Cruzeiro num 4-5-1 de ocupação paciente e marcação em bloco médio, com Matheus Pereira entrelinhas e Bolasie buscando desequilíbrio pelos lados. Dorival optou por um Corinthians mais comedido, priorizando Garro e Talles na construção — mas a execução foi previsível. Faltou aproximação, faltou agressividade. O jogo fluiu mais nas tentativas esporádicas do que em qualquer plano contínuo. A entrada de Romero não alterou o enredo, e o empate se impôs como reflexo do que se viu em campo.
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Agora, o que preocupa não é o resultado em si, mas a narrativa repetida. O Corinthians tem oscilado entre o morno e o irrelevante — especialmente em casa, onde Itaquera já não pesa como antes. A volta de Cássio, linda no simbolismo, escancarou o vácuo de liderança técnica no time atual. Já o Cruzeiro mostra consistência de pontuação, mas não de desempenho. Se quiser sustentar a ponta no segundo turno, precisa transformar posse em contundência. Como diz o povo lá no Recôncavo: "quem anda só na beirada não aprende a nadar fundo".
O campeonato vai se definindo não apenas pelos elencos, mas pela ideia de jogo — e, principalmente, pela coragem de romper o protocolar. Corinthians precisa sair do círculo de passes e dos discursos vazios. Cruzeiro, por sua vez, terá que provar que esse modelo controlado aguenta o calor das rodadas decisivas. Porque empatar fora é útil, sim — mas não eternamente.
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