CSA trava Vasco em Maceió e segura empate na ida das oitavas
Cariocas abusam dos cruzamentos e param em defesa sólida do CSA
No calor úmido de Maceió, CSA e Vasco abriram nesta quarta-feira (30) o confronto pelas oitavas de final da Copa do Brasil 2025 com um empate sem gols que, apesar do placar zerado, expôs muito sobre as fragilidades e limitações de ambos. Com posse majoritária (60%) e quase o triplo de passes certos, o time carioca teve dificuldades crônicas para transformar volume em perigo. Já os alagoanos, bem postados e velozes nos contragolpes, tiveram as chances mais claras — inclusive um erro grotesco de Baianinho cara a cara com Léo Jardim, aos 13 do segundo tempo. A decisão, aberta, será no caldeirão de São Januário na próxima quinta (07).
Taticamente, o Vasco voltou a apresentar uma faceta repetida sob Fernando Diniz: o domínio estéril. Sem infiltração e com Vegetti encaixotado entre os zagueiros, a equipe recorreu à velha tática do "chuveirinho", registrando mais de 20 bolas alçadas durante o jogo. As entradas de Philippe Coutinho e Loide Augusto até conferiram alguma dinâmica, mas a previsibilidade era tamanha que facilitou o trabalho de Betão e Enzo no miolo de zaga azulino. Do outro lado, Márcio Fernandes armou um 4-5-1 reativo, que se desdobrava num 4-3-3 oportunista nos avanços de Nicola e Marcelinho. Com um pouco mais de capricho, teria saído com a vantagem.
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Com o empate, o CSA chega vivo ao Rio, mas sabe que a missão será indigesta fora de casa. Já o Vasco, pressionado pelos maus resultados no Brasileirão e por um elenco ainda em busca de identidade, vê na Copa do Brasil um caminho mais curto (e financeiramente vital) para aliviar o ambiente. A suspensão de João Victor, expulso por infantilidade aos 40 da etapa final, é mais um problema para Diniz lidar. O cenário do segundo jogo promete ser nervoso, principalmente se os cariocas insistirem em produzir muito para concluir pouco.
A leitura que fica é que o Vasco, mesmo com nomes de peso e um orçamento superior, atua como um time em construção permanente — com traços de posse, mas sem pulso. O CSA, com menos recursos e menor holofote, mostrou organização e leitura situacional. A diferença de patamar, outrora gritante, parece cada vez mais tênue quando a bola rola. E cá pra nós: se o Vasco seguir nessa toada de previsibilidade, São Januário pode ser mais pressão que vantagem.
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