Dembélé expõe favoritismo absoluto e esvazia suspense da Bola de Ouro
Francês domina votação global e encerra esperança de renovação imediata
Poucas vezes um prêmio de tamanha repercussão entregou tão pouco suspense. Ousmane Dembélé, atacante do Paris Saint-Germain, conquistou a Bola de Ouro de 2025 com números robustos e unanimidade rara: 35 gols, 14 assistências e quatro títulos na temporada. Editor da France Football, Vincent Garcia confirmou o que a cerimônia já deixava claro em Paris: não houve margem para contestação.
O domínio do francês não se limitou às estatísticas. Ele ocupou a lacuna deixada pela saída de Mbappé e converteu a dependência parisiense em protagonismo absoluto. A eleição refletiu esse impacto técnico e simbólico. Dembélé recebeu votos majoritários em todos os continentes, algo que revela não apenas desempenho individual, mas a eficácia de um PSG que reencontrou estabilidade competitiva ao redor dele.
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A vitória, no entanto, carrega implicações além da consagração pessoal. Ao esmagar a concorrência, Dembélé interrompeu o que parecia ser o início de uma alternância geracional, encarnada em Lamine Yamal, sensação do Barcelona. A percepção de que o jovem prodígio catalão já rivalizava em igualdade foi adiada. O episódio reforça a ideia de que a transição no topo do futebol mundial ainda é gradual, mesmo em tempos de ascensão precoce de talentos.
O prêmio de 2025, embora justo, revela um dilema: entre premiar a excelência consolidada e projetar o futuro. Dembélé foi superior, mas o debate sobre Yamal não se encerra com a cerimônia. A França celebra seu novo ídolo de ouro, enquanto a Espanha reivindica que o relógio da sucessão está apenas em pausa. A ausência de disputa real pode ser um sintoma de força, mas também de resistência a aceitar que a nova era ainda exige paciência.
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