O Flamengo chega ao segundo semestre de 2025 com um cenário bem mais confortável no bolso. Após um início de ano travado, o clube recebeu R$ 150 milhões pela participação na Copa do Mundo de Clubes e mais R$ 160 milhões com a venda de Gerson para o Zenit. No pacote, ainda entrou a transferência de Alcaraz para o Everton, o que reforçou o caixa e abriu espaço para o clube investir com mais liberdade no mercado. Mas a diretoria mantém o discurso de cautela: o orçamento de contratações segue limitado a R$ 161 milhões na temporada.

Dentro de campo, o Flamengo já iniciou movimentos pontuais. A chegada de Juninho foi a primeira peça comprada, enquanto Danilo e Jorginho vieram sem custos. Agora, o alvo principal é o meia Carrascal, do Dínamo de Moscou, por quem o Rubro-Negro ofereceu R$ 77 milhões. O técnico Tite quer também um ponta agudo para compensar as ausências no setor e um atacante de drible para quebrar defesas fechadas. O planejamento é seletivo: gastar melhor, não apenas gastar mais.

📱 FEIRA DE SANTANA NOTÍCIAS 24H: Faça parte do canal do Folha do Estado no WhatsApp

É curioso como o futebol brasileiro, sempre tão refém das cifras externas, agora vê clubes como o Flamengo tentando equilibrar as finanças sem perder competitividade. Aqui na Bahia, onde já vimos times locais penarem para manter suas joias, o contraste é gritante. Enquanto Vitória e Bahia buscam no suor a manutenção de elencos modestos, o Flamengo lida com cifras que dariam pra montar um time inteiro no Barradão ou na Fonte Nova. O tempo é outro, mas a distância financeira segue como um velho conhecido.

Se o Flamengo souber administrar essa gordura financeira com inteligência — e não com aquele velho apetite por contratações vistosas que, muitas vezes, não rendem — pode fortalecer seu elenco de forma sólida. O perigo é o de sempre: confundir dinheiro com solução rápida. Como se diz por aqui, quem tem pressa come cru. O Rubro-Negro tem nas mãos a chance de estruturar um time competitivo e financeiramente saudável, mas precisa manter o pé no chão para não repetir velhas derrapadas.