Leifert repercute após goleada sofrida pelo Vasco no Equador
Narrador vira debate por tom irônico em noite de vexame cruz-maltino
A goleada de 3 a 0 sofrida pelo Vasco diante do Independiente del Valle, na altitude de Quito, pela Sul-Americana, escancarou não só a fragilidade tática da equipe de Fernando Diniz como também reacendeu um velho debate fora das quatro linhas: a postura de Tiago Leifert nas transmissões do SBT. Durante o jogo da última terça-feira (15), o narrador virou assunto nas redes por adotar um tom pouco entusiasmado ao narrar os gols do adversário — ou, como ele mesmo define, "gol dos caras". A fala repercutiu mais que o próprio desempenho vascaíno, o que, por si só, já diz muito.
No campo, o Vasco até começou de forma corajosa, equilibrando ações mesmo com a pressão da altitude e o ritmo acelerado dos equatorianos. Mas a expulsão precoce de Lucas Piton, após revisão do VAR, desmontou o esquema de Diniz e obrigou o time a recuar. A partir daí, o Del Valle impôs superioridade física e organizacional. Foram três gols bem construídos, dois deles em sequência fulminante na segunda etapa, expondo a fragilidade de uma equipe que ainda não encontrou consistência defensiva e parece perder o eixo sob pressão.
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Leifert, com seu estilo peculiar, reforçou a barreira emocional que separa a transmissão imparcial do patriotismo televisivo. Ao se recusar a exaltar gols contra clubes brasileiros, ele cria uma persona midiática que agrada a parte da audiência — aquela que vê na narração um ato quase cívico. O problema é quando a postura do narrador vira o enredo principal de uma partida que deveria estar centrada no campo. Em tempos de debates rasos nas redes, a ironia do "gol dos caras" vira trend antes mesmo da coletiva de Diniz.
O episódio serve de alerta tanto para o Vasco quanto para o jornalismo esportivo. A equipe carioca precisa mais do que ajustes táticos — carece de maturidade competitiva. Já a imprensa esportiva vive um dilema: entre entreter e informar, muitos profissionais estão pendendo para o primeiro, deixando o segundo em segundo plano. E nisso, como se diz por aqui, quem perde é o jogo. Porque quando a performance em campo fica menor que o tom do narrador, tem alguma coisa fora da linha.
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