Memphis cobra direção e é punido diante do elenco

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Memphis cobra direção e é punido diante do elenco

Holandês reclama de atrasos, se desculpa e segue como titular 

📷 Reprodução: X (Twitter) - sccp_luanx

O Corinthians vive dias turbulentos fora das quatro linhas, e o reflexo não demorou a chegar ao vestiário. Memphis Depay, principal nome do elenco alvinegro em 2025, faltou ao treino na última quarta-feira, expressando incômodo com a instabilidade política e os atrasos salariais que assolam o clube. O camisa 10, que ainda tem cerca de R$ 4,7 milhões a receber, levou suas queixas à cúpula interina, em reunião com Osmar Stabile e Fabinho Soldado. A conversa foi direta: o estafe do jogador não consegue mais diálogo fluente com setores-chave da diretoria, e cobranças por escrito sequer foram respondidas.

Tecnicamente, Memphis ainda é peça central no time de Dorival Júnior, que mantém o jogador como titular absoluto, inclusive no retorno contra o Bragantino. No entanto, sua ausência no treino acendeu alerta sobre o risco de desagregação interna. Mesmo reconhecendo a relevância do atleta, a comissão técnica optou por uma punição simbólica — pagamento à "caixinha" do CT — e uma exposição didática diante dos companheiros, no melhor estilo "lavação de roupa suja". A advertência pública não se trata de afronta, mas de tentativa de reafirmar hierarquia e coesão num elenco que vê a crise extravasar o campo.

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O episódio lança luz sobre o quanto a instabilidade institucional do Corinthians começa a minar até mesmo os vínculos construídos com nomes estrangeiros, algo que parecia superado desde os tempos de Tevez e Mascherano. Memphis não é indisciplinado — ao contrário, vinha sendo exemplar —, mas a sucessão de tropeços administrativos cobra preço alto. Se o clube não reequilibrar as finanças nem restabelecer sua cadeia de comando, o risco de perder jogadores por desânimo cresce a cada rodada. O próprio atacante demonstrou, segundo apurado, "vontade de continuar" — desde que haja respeito contratual.

Em tempos de vacas magras no Parque São Jorge, a advertência a Memphis tem sabor agridoce: mostra que o vestiário ainda tem pulso, mas também evidencia que nem os grandes nomes estão imunes ao colapso sistêmico. Se os dirigentes quiserem manter o holandês e a moral do grupo em alta, precisam mais que palavras e reuniões ensolaradas: precisam pagar o que devem e reconquistar credibilidade. Ou correm o risco de ver seus reforços virarem manchetes pelas razões erradas. Afinal, como diz o povo aqui no sertão, "quem muito aperta, perde o nó". 

 

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Sábado, 12 Julho 2025

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