O Mirassol segue desafiando a lógica do futebol brasileiro. Em noite de firmeza e convicção no Maião, venceu o Fluminense por 2 a 1, em duelo atrasado da 13ª rodada, e chegou aos 46 pontos, marca que não apenas garante a permanência antecipada como projeta o clube paulista entre os protagonistas do Brasileirão. Os gols de Guilherme Marques e Negueba confirmaram a maturidade de uma equipe que iniciou o torneio preocupada em evitar o Z-4 e agora ocupa isoladamente a quarta posição, três pontos à frente do Botafogo. O gol de Martinelli, no fim do primeiro tempo, foi insuficiente para salvar o Tricolor, derrotado pela primeira vez sob o comando de Luis Zubeldía.

Taticamente, o duelo expôs contrastes claros. O Mirassol manteve o 4-3-3 de Rafael Guanaes com linhas curtas, saída apoiada e amplitude pelos extremos, apostando em transições rápidas e compactação defensiva exemplar. O Fluminense, ao contrário, oscilou entre a posse estéril e a lentidão na recomposição, dependente de lampejos de Soteldo e da leitura de Martinelli. A equipe carioca finalizou mais, mas com menor eficiência, enquanto o adversário, preciso e coletivo, soube transformar controle em resultado. Negueba, em grande fase, decidiu com oportunismo aos 40 minutos do segundo tempo, em jogada que resumiu o espírito competitivo de um time que não se intimida com o tamanho dos rivais.

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A vitória consolida o Mirassol no G-4 e confirma a guinada institucional do projeto iniciado em 2019, quando o clube reformulou sua estrutura, investiu em base e gestão profissional. O feito coloca a equipe à frente de gigantes como Fluminense e São Paulo, num campeonato cada vez mais nivelado por cima. Para o Tricolor, a derrota serve de alerta: a queda de rendimento fora do Rio e as falhas defensivas recorrentes minam qualquer pretensão de Libertadores. O próximo compromisso, contra o Bahia no Maracanã, exigirá resposta imediata de um elenco que começa a sentir o desgaste da temporada.

Há algo de simbólico na ascensão do Mirassol. Num futebol acostumado a prometer revoluções e entregar remendos, o clube do interior paulista mostra que planejamento e serenidade ainda produzem resultados, mesmo em tempos de orçamento limitado e egos inflados. O triunfo sobre o Fluminense é mais do que um placar: é a consolidação de um modelo que, em 2025, já se tornou referência silenciosa.

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