Neymar marca e abandona jogo sob escolta no Espírito Santo

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Neymar marca e abandona jogo sob escolta no Espírito Santo

Invasões encerram amistoso e craque do Santos deixa o banco antes do fim 

📷 Reprodução: X (Twitter) - SerginSFC2

O retorno de Neymar ao futebol brasileiro ganhou mais um capítulo inusitado nesta quinta-feira, em Cariacica. No amistoso entre Santos e Desportiva Ferroviária, válido pela preparação alvinegra para o Brasileirão, o camisa 10 fez um gol, deu uma assistência e deixou o campo cercado por seguranças aos 40 do segundo tempo, quando torcedores invadiram o gramado do estádio Kleber Andrade. Com o Santos vencendo por 3 a 1, a arbitragem optou por encerrar o jogo antes do tempo regulamentar. Ao todo, foram três paralisações e um clima de euforia mal administrado, que passou do limite da festa para o risco.

Do ponto de vista técnico, Neymar mostrou, mesmo sem ritmo completo, que continua diferenciado. Atuou apenas no primeiro tempo, mas foi o suficiente para influenciar o placar: assistência açucarada, golaço de perna esquerda e movimentação que confundiu a defesa da Desportiva. Cleber Xavier usou o amistoso para rodar o elenco, testando alternativas com e sem Neymar. O Santos, que enfrenta o Flamengo na próxima quarta-feira, viu boa parte do sistema ofensivo se ajustar à volta do craque — especialmente a conexão com Giuliano e Weslley Patati, que crescem de produção ao seu lado.

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No entanto, o espetáculo dentro de campo foi eclipsado pela desorganização fora dele. As invasões em série e a necessidade de retirada antecipada de Neymar escancaram a dificuldade estrutural de lidar com grandes nomes em jogos de menor apelo técnico e organizacional. Não se trata de "culpar o calor da torcida", expressão que por vezes encobre irresponsabilidades, mas de constatar que o Santos precisa planejar melhor a exposição do seu camisa 10, inclusive nos amistosos. Jogar no Brasil, em 2025, com um astro do tamanho de Neymar exige protocolo mais robusto — e segurança como prioridade.

O episódio lembra, à moda da velha guarda do rádio esportivo, que "estrela demais sem cabresto vira cometa". Neymar foi tietado até pelos adversários, em cena bonita no vestiário, mas deixou o campo antes do apito final por puro improviso logístico. Se o Peixe quer tirar proveito da presença midiática e técnica do seu maior ídolo em décadas, terá que tratar o entorno com a mesma seriedade que trata o treino tático. Do contrário, corre o risco de ver o brilho se perder no tumulto.

 

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Sábado, 12 Julho 2025

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