Mesmo com sete meses de molho, Pedro segue soberano nas estatísticas. O atacante do Flamengo, que sofreu grave lesão no joelho em setembro do ano passado, ainda é o maior goleador do futebol brasileiro nos últimos três anos. Desde agosto de 2022, Pedro marcou 90 gols, superando Cano, Yuri Alberto e Hulk, num recorte onde o camisa 9 mostrou que, apesar dos tropeços recentes, continua sendo um nome de peso no cenário nacional.

Tecnicamente, o desempenho de Pedro após o retorno não é o mesmo daquele goleador que incendiou a Libertadores de 2022. Nas 17 partidas desde a volta, foram apenas cinco gols e três assistências, além de atuações que oscilaram entre o decisivo e o discreto. As dores da recuperação e a natural perda de ritmo fizeram o atacante perder espaço no time, o que explica, mas não apaga, a tensão entre ele e o departamento de futebol rubro-negro.

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Se a gente puxar a memória da bola no Brasil, Pedro ocupa um lugar especial, quase como um novo Leônidas que trocou a elasticidade da bicicleta pelos números frios da era dos scouts. O levantamento do Gato Mestre do ge coloca o atacante à frente de concorrentes que viveram, nesse mesmo tempo, seus momentos de apogeu. Mesmo sem a mesma simpatia da arquibancada baiana, os números de Pedro são daqueles que resistem à poeira do tempo.

O Flamengo de 2025, que busca se reinventar numa temporada de cobrança elevada, precisa decidir o que quer de Pedro: uma peça secundária no banco ou um protagonista recondicionado? O futebol brasileiro já perdeu grandes nomes por decisões apressadas e, convenhamos, trocar Pedro agora pode ser como largar a panela no fogo sem tampa — o risco de se queimar é grande.