Vitória tenta corrigir falhas graves diante de ameaças pelo alto
Time sofre setenta por cento dos gols em jogadas aéreas diretas
O empate contra o Palmeiras, após vantagem de dois gols, acendeu sinal de alerta no Vitória. Aos 41 minutos do segundo tempo, Flaco López completou de cabeça o cruzamento que decretou o 2 a 2 no Barradão, escancarando um problema já conhecido: a fragilidade nas disputas pelo alto. Segundo levantamento do Gato Mestre, 14 dos 20 gols sofridos pelo Rubro-Negro na Série A nasceram de jogadas aéreas, a pior proporção entre os 20 clubes da competição.
O cenário técnico revela um padrão preocupante. Quando recua as linhas e opta por um bloco defensivo mais baixo, a equipe de Fábio Carille torna-se especialmente vulnerável a cruzamentos e lançamentos. O problema não se restringe à marcação individual — falhas de posicionamento, cobertura tardia e desatenção no jogo sem bola têm ampliado a exposição. A partida contra o Palmeiras condensou esse enredo: nove finalizações dentro da área, três delas nos minutos finais, culminando no empate.
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As consequências vão além da estatística. A incapacidade de neutralizar a bola aérea compromete o rendimento em jogos equilibrados e mina a confiança para enfrentar adversários com forte presença física, como o São Paulo, próximo rival. Em um campeonato cada vez mais decidido por detalhes, ceder espaço no ponto fraco mais estudado pelos oponentes é oferecer vantagem estratégica. A semana livre até o confronto no Morumbis será vital para ajustes de sistema e treinos específicos.
Minha leitura é que o Vitória precisa mais do que corrigir a mecânica defensiva: deve rever sua postura competitiva. Recuar cedo demais contra rivais de peso é convite ao sufoco, especialmente quando o histórico já grita fragilidade. No futebol, como na vida, quem teme a queda raramente sobe — e, no caso do Leão, é hora de encarar o jogo aéreo não como ameaça inevitável, mas como oportunidade de virar o jogo. Afinal, como se diz na Bahia, "quem não fecha a porteira vê o gado passar".
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