O Botafogo voltou dos Estados Unidos com o gosto amargo da eliminação nas oitavas da Copa do Mundo de Clubes e agora enfrenta um calendário apertado e decisões urgentes. A primeira delas é escolher o novo técnico que substituirá Renato Paiva, demitido após a queda. Além disso, o clube precisa alinhar negociações de vendas, reforços e possíveis empréstimos, em um momento de grande expectativa da torcida e de movimentação intensa nos bastidores comandados por John Textor.

No desenho tático, o Botafogo apresentou avanços ofensivos com a chegada de peças como Arthur Cabral e Joaquín Correa, mas ficou devendo solidez defensiva. A busca por um treinador capaz de organizar a equipe sem abrir mão da competitividade virou questão central. A ausência de um ponta-direita, necessidade já reconhecida pela diretoria, expõe uma lacuna que enfraquece a construção das jogadas pelo lado. O planejamento precisa ser criterioso para evitar tropeços de última hora que já custaram caro nesta temporada.

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Para o futebol carioca e, especialmente, para o Botafogo, o momento lembra outros ciclos de reconstrução que a Estrela Solitária atravessou, inclusive nos anos em que amargou invernos longos sem títulos. O torcedor mais vivido sabe bem que nem sempre as promessas internacionais de Textor se materializam da forma como se alardeia nos jornais. E o que se ouve pelas esquinas do Rio de Janeiro é que a hora é de menos discurso e mais entrega. O Botafogo, que já se acostumou a ressurgir das cinzas, precisa provar de novo que é capaz de se reinventar.

Com a janela reaberta e o Brasileirão a pleno vapor, o Botafogo precisa agir com sabedoria. Contratar um treinador que domine o vestiário e reposicionar o elenco sem repetir os erros do improviso. Como bem se diz lá em Santo Amaro: "quem remenda mal, rasga duas vezes." A oportunidade está posta, mas o tempo é curto. Se o clube quiser continuar mirando alto, precisará mais do que entusiasmo — precisará finalmente estruturar um projeto com os pés no chão e um olho atento no retrovisor.