Flamengo desafia tribunal ao tentar liberar Bruno Henrique suspenso
Clube aposta em recurso urgente para evitar desfalque de doze jogos
O Flamengo protocolou no STJD o recurso contra a punição de 12 partidas aplicada a Bruno Henrique, acusado de manipulação por forçar cartão amarelo em 2023. O pedido inclui efeito suspensivo imediato, medida que, se aceita, permitirá ao atacante estar em campo já diante do Juventude no próximo domingo. A diretoria rubro-negra acredita que a decisão da primeira comissão disciplinar será revista e confia na tese de que a infração não configurou manipulação de resultado, argumento reiterado pelo advogado Michel Assef Filho.
Do ponto de vista jurídico, a estratégia rubro-negra tenta explorar uma brecha: punições por número de jogos, segundo o Código Brasileiro de Justiça Desportiva, devem ser cumpridas na mesma competição em que ocorreram. O relator Alcino Guedes, contudo, defendeu que a sanção também valha em torneios internacionais, hipótese que incluiria a Libertadores. A interpretação abre espaço para conflito de competência e, eventualmente, para envolvimento da Fifa, que pode estender suspensões a nível global se acionada pela CBF.
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A decisão do Pleno do STJD terá repercussão imediata no cenário esportivo. Com Bruno Henrique fora, o Flamengo perderia um dos atacantes mais experientes do elenco em momento decisivo do Campeonato Brasileiro, além de comprometer alternativas para competições continentais. O recurso, portanto, não é apenas um expediente jurídico: é tentativa de preservar o planejamento esportivo em meio a um calendário comprimido e competitivo. Em contrapartida, eventual negativa manteria o jogador afastado em pelo menos 12 compromissos, entre eles confrontos diretos na parte alta da tabela.
É legítimo que o clube busque defender seu atleta, mas há um risco evidente de que a pressão política contamine a esfera disciplinar. A insistência em relativizar condutas que se enquadram em manipulação de apostas pode fragilizar o esforço recente do futebol brasileiro em proteger sua credibilidade. A defesa de Bruno Henrique pode até prosperar tecnicamente, mas a mensagem que se projeta é ambígua: um clube do porte do Flamengo precisa demonstrar que combate desvios com a mesma energia que exige justiça. Nesse ponto, o debate jurídico se mistura à responsabilidade ética, e é aí que reside a verdadeira prova.
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