Na noite da última quarta-feira (23), o Santos perdeu para o Internacional por 2 a 1 na Vila Belmiro, e, no calor da derrota, Neymar protagonizou uma discussão com um torcedor alvinegro. O episódio ganhou repercussão nacional e rendeu críticas pesadas do ex-meia Neto, durante o programa "Donos da Bola". O veterano não poupou palavras ao definir a reação do atacante como "desprezível" e revelou sua indignação diante do comportamento do camisa 10, que se viu acuado na pressão da torcida em um momento delicado.

Taticamente, o confronto expôs as dificuldades do Santos em manter a regularidade ofensiva e a solidez defensiva, problemas que acompanham o time nesta temporada. Neymar, apesar do talento evidente, tem sido mais figura de episódios extra-campo do que protagonista em campo, fator que contribui para a instabilidade coletiva. O desgaste emocional é visível, e a resposta direta ao torcedor reflete um atleta ainda pouco acostumado a críticas diretas, especialmente em clubes de tradição e torcida exigente como o Peixe.

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No aspecto opinativo, fica claro que Neymar precisa urgentemente ajustar sua postura para além dos dribles e gols. O cenário do futebol em 2025 cobra resiliência e maturidade tanto dentro quanto fora das quatro linhas, sobretudo em momentos de crise. É de se esperar que o camisa 10 entenda que a paixão do torcedor, ainda que às vezes endurecida, faz parte da cultura futebolística que nos é tão cara — e que "não há santo que resista a esse ofício", como diz a sabedoria local, para quem não se dá ao devido respeito.

Se o Santos pretende recuperar seu prestígio na tabela do Brasileirão, será necessário um reequilíbrio coletivo onde lideranças, especialmente figuras de peso como Neymar, saibam administrar pressões e cobranças. O futebol baiano já viu muitos craques que souberam se reinventar para manter a chama acesa, e o Alvinegro praiano precisa exatamente disso para escapar da zona quente e reencontrar o caminho do sucesso. A bola está com o camisa 10 — e o relógio não para.