Stuttgart viveu uma noite daquelas que o futebol entrega de vez em quando, sem aviso e sem roteiro lógico. Espanha e França protagonizaram a maior chuva de gols da história da Nations League: 5 a 4 para os espanhóis. Lamine Yamal, com apenas 17 anos, foi protagonista com dois gols, enquanto Unai Simón segurou o rojão de uma França que finalizou 26 vezes. A vitória leva a Espanha à final contra Portugal no próximo domingo, buscando um título que escapa desde 2021.

Tecnicamente, o duelo expôs duas seleções com virtudes e feridas bem abertas. A Espanha fez um primeiro tempo de manual — posse inteligente, ocupação de espaços e agressividade na última linha. O jogo parecia resolvido com 4 a 0. Mas a França, empurrada pela entrada de Cherki e pela velha altivez de quem nunca se entrega, quase operou um milagre. Ainda assim, defensivamente, os franceses se perderam em transições lentas, buracos no meio e uma linha alta suicida.

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Por aqui, o jogo ecoa como mais uma prova de que o futebol mundial vive uma era de extremos. O Bahia, que me perdoe, tentou flertar com esse modelo propositivo no Brasileirão 2024, mas viu que sem equilíbrio defensivo, o tombo vem. Comparar? Só lembrar da Copa das Confederações de 2013, quando o Brasil fez 3 a 0 na Espanha, desarmando esse mesmo jogo de posse que, vez por outra, vira armadilha pra quem executa mal.

Olhando adiante, fica a reflexão: é lindo ver um jogo desse, mas é também um alerta. Futebol não é só toque nem só força. É gestão de riscos. A Espanha chega na final com moral, mas escancarando fragilidades defensivas. E a França, que sai, mas sai grande, vai precisar repensar urgentemente esse sistema que, cá pra nós, entrega espetáculo... mas também entrega gol demais. 

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