Vitória enfrenta o Palmeiras e testa solidez de sua reconstrução
Carille busca afirmação enquanto Abel defende hegemonia sob pressão crescente
A 18ª rodada do Campeonato Brasileiro traz ao Barradão, neste domingo, um confronto de contrastes e símbolos. De um lado, o Vitória, 15º colocado com 17 pontos e em plena tentativa de renascimento sob o comando de Fábio Carille. Do outro, o Palmeiras de Abel Ferreira, terceiro na tabela com 32 pontos e envolvido em três frentes decisivas na temporada. O encontro marca o reencontro entre treinadores que já decidiram um estadual recentemente e cuja trajetória revela mais que números: escancara estados de espírito antagônicos.
Enquanto o Vitória ensaia passos cautelosos rumo à estabilidade — quatro jogos sem derrota desde a chegada de Carille — o técnico tenta consolidar um sistema defensivo menos vulnerável e um meio-campo mais participativo. A mudança mais sensível tem sido a compactação sem bola, favorecida por linhas recuadas e controle emocional, como demonstrado nos empates contra Sport e Mirassol. Ainda assim, o time sofre com a baixa criação: apenas cinco gols marcados nos últimos cinco jogos, média modesta para um clube que precisa pontuar com urgência. O desafio diante de um Palmeiras maduro e versátil será duplo — conter sem abdicar.
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Para Carille, um bom resultado contra Abel Ferreira significaria não apenas um respiro na tabela, mas também a legitimação do trabalho em curso. A pressão, porém, tende mais ao lado verde. Embora longe de crise, o Palmeiras vê 2025 avançar sem taças até aqui, e um tropeço em Salvador pode gerar ruído em um ambiente que já vive desgaste natural após cinco temporadas do português. A luta pelo título nacional — distante quatro pontos do líder Flamengo — exige consistência imediata. Uma nova falha contra um adversário do bloco inferior pode comprometer a margem de erro em um campeonato que não perdoa distrações.
É nesse tabuleiro assimétrico que a partida se insere. Se o Vitória ainda tateia seus limites sob uma nova filosofia, o Palmeiras entra obrigado a confirmar sua condição. Carille, comedido como de costume, sabe que terá de equilibrar audácia com prudência diante de um elenco mais qualificado. Já Abel precisa reencontrar o brilho do coletivo palmeirense, que, embora competitivo, tem oscilado mais do que o habitual. Em Salvador, onde o povo costuma dizer que "quem não aguenta pressão não acende fogueira", o embate é mais que tático — é sobre urgência, reputações e a crônica tensão entre recomeço e domínio.
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