Chapecoense renasce na Série B e sonha alto após triunfo em Araraquara
Equilíbrio cede espaço à eficiência; Neto Pessoa decide e Verdão volta ao G-4
Na noite abafada de Araraquara, a Chapecoense voltou a exibir consistência e frieza que há meses pareciam distantes. O triunfo por 1 a 0 sobre a Ferroviária, com gol de Neto Pessoa, consolidou a terceira vitória consecutiva da equipe catarinense e o retorno ao G-4 da Série B. Com 50 pontos, o Verdão do Oeste agora figura entre os principais candidatos ao acesso, superando Criciúma e Athletico-PR. A Ferroviária, por sua vez, estaciona nos 36 pontos e flerta perigosamente com a zona de rebaixamento, à mercê do nervosismo que acompanha o fim da temporada.
O duelo na Fonte Luminosa foi mais tático do que estético. A Ferroviária tentou impor ritmo pelos lados, enquanto a Chapecoense adotou linhas compactas e controle emocional. Gilmar Dal Pozzo repetiu o 4-4-2, com blocos curtos e transições rápidas. A escolha de Neto Pessoa como referência ofensiva mostrou-se decisiva: o atacante alternou entre pivô e rompedor, explorando os espaços criados por Giovanni Augusto e Marcinho. No meio, Pedro Martins e Walter Clar deram sustentação ao equilíbrio defensivo, neutralizando os avanços de Zé Mário e Ricardinho. Foi uma atuação de maturidade, construída na paciência e concluída na precisão.
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O resultado reforça a narrativa de uma Chapecoense em reconstrução sólida. Após meses de instabilidade e desconfiança, o time agora soma nove pontos em sequência e apresenta um padrão competitivo que o aproxima da elite. A Ferroviária, em contraste, vive o dilema de quem não se encontra taticamente: alterna intensidade com desorganização, e a sequência de resultados negativos ameaça transformar um campeonato seguro em uma reta final de sobrevivência. A tabela expõe a urgência: restam sete rodadas, e cada tropeço pesa dobrado.
A Chapecoense reencontrou sua identidade, e isso, mais do que a tabela, explica a ascensão. O time que há pouco lutava contra o descrédito volta a competir com método e propósito. Ainda falta brilho ofensivo, é verdade, mas sobram disciplina e entrega, virtudes que costumam definir quem sobe em outubro. Dal Pozzo, muitas vezes criticado pela cautela, começa a colher o fruto da coerência tática. O acesso ainda não é promessa, mas deixou de ser miragem. Para quem já conviveu com o luto esportivo, voltar a sonhar em verde é, por si só, um feito.
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