Competição apresenta menor distância entre topo e fundo em duas décadas
Série B 2025 desafia líderes e ameaça até favoritos
O Brasileirão Série B de 2025 alcança um marco histórico: apenas 18 pontos separam o líder Goiás do lanterna Amazonas após 20 rodadas, a menor diferença desde que o torneio adotou o formato atual, em 2006. Os dois últimos colocados, Paysandu e Amazonas, somam 21 e 20 pontos — recorde para a posição. No centro da tabela, Vila Nova (27) e Operário-PR (26) registram as menores marcas para nono e décimo lugares no período. A consequência imediata é um campeonato onde três vitórias consecutivas podem projetar um time do Z-4 à briga pelo acesso, e três tropeços podem empurrar postulantes à Série A para a beira do abismo.
A leitura estatística reforça a singularidade da disputa. O algoritmo do Gato Mestre aponta Goiás (87,07%) e Coritiba (86,37%) como quase certos no acesso, mas mantém oito clubes com mais de 20% de risco de queda — entre eles, América-MG (54,09%), Paysandu (51,38%) e Amazonas (49,25%). As posições intermediárias, historicamente de segurança, hoje representam zona de instabilidade: o Athletico-PR, por exemplo, ocupa a 11ª colocação, mas tem mais chances de cair (11,27%) do que de subir (4,04%). É um cenário em que consistência vale mais do que talento isolado.
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Se a lógica matemática se confirmar, Goiás e Coritiba disputarão ponto a ponto não só a taça — hoje com 38,10% e 35,98% de probabilidade, respectivamente — mas também a manutenção do embalo até novembro. Chapecoense (8,94%) e Novorizontino (8,13%) ainda sustentam esperanças, enquanto o restante do G-4 sabe que qualquer oscilação pode custar caro. No lado oposto, a margem de recuperação para os ameaçados existe, mas o calendário e os confrontos diretos reduzem a gordura de erro. Cada rodada tende a embaralhar ainda mais a matemática.
Do ponto de vista técnico, a Série B 2025 expõe duas verdades incômodas: primeiro, a competitividade não é fruto apenas de equilíbrio de forças, mas também de queda de rendimento entre favoritos; segundo, a gestão de elenco e a leitura tática terão peso decisivo no sprint final. O momento pede mais que arrancadas pontuais: exige planejamento de médio prazo e frieza para lidar com a pressão. Quem confundir intensidade com afobação corre o risco de transformar um ano promissor em um vexame — e, como se diz na Bahia, aí o caldo entorna de vez.
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