Enquanto muitos penduram as luvas aos 35, Fábio, do Fluminense, segue desafiando o tempo. Segundo levantamento do Centro Internacional de Estudos do Esporte (CIES), o camisa 1 tricolor é o goleiro com mais minutos em campo no mundo nos últimos 365 dias: 5.850. A marca supera nomes como Mike Maignan, do Milan (5.686), e Weverton, do Palmeiras (5.670), revelando não só regularidade, mas protagonismo em um calendário cada vez mais extenuante. Aos 44 anos, o mineiro de Nobres Costumes prova que idade, no futebol, pode ser apenas um número.

Do ponto de vista técnico, Fábio é um ponto de equilíbrio no Fluminense desde a conquista da Libertadores de 2023. Em um time que alterna momentos de posse vistosa e desatenções defensivas, o veterano se mantém como referência de estabilidade, leitura de jogo e comando de área. A longevidade se sustenta por uma preparação física impecável, mas também por algo que estatística não mede: posicionamento e inteligência emocional. Fábio raramente aparece com defesas milagrosas porque, na maioria das vezes, já estava onde a bola iria parar.

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Não se trata apenas de um caso de resistência. O número de partidas acumuladas — 1.380 oficiais — coloca Fábio a apenas dez jogos do recorde mundial de Peter Shilton (1.390), segundo dados do IFFHS e Guinness. O Fluminense já renovou seu contrato até o fim de 2026, ciente de que não se trata só de um jogador em campo, mas de um patrimônio do futebol brasileiro em atividade. Que outro goleiro, em qualquer canto do planeta, joga tanto, com tão poucos erros, numa idade em que muitos já viraram comentaristas?

Neste tempo em que se cobra tanto "novidade" no gol da seleção, talvez valesse ao menos olhar com carinho para um exemplo de excelência nacional. O "véi Fábio", como diriam, está dando aula — de longevidade, de preparo e, acima de tudo, de profissionalismo. Em meio a tantos modismos, ele segue sendo a velha escola que ainda vence jogos. E campeonatos.